Mobilizações marcam o 203º aniversário da Independência do Brasil em meio a tensões políticas.
Direita e esquerda se mobilizam em atos pelo Brasil no 7 de setembro, data que marca a Independência.
7 de setembro: atos de direita e esquerda marcam a Independência do Brasil
Neste 7 de setembro, o Brasil celebra o 203º aniversário da Independência, com atos políticos organizados por grupos de direita e esquerda em todo o território nacional. As mobilizações ocorrem em um contexto de forte tensão política, intensificada pela primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que envolve outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado.
Antecedentes dos atos de 7 de setembro
As manifestações programadas para esta data incluem ao menos 66 atos, que ocorrerão em diferentes horários ao longo do dia. O movimento de direita, organizado pelo Reaja Brasil, liderado pelo pastor Silas Malafaia e com apoio do Partido Liberal (PL), realizará atos em todos os estados, priorizando locais com grande visibilidade, como a Avenida Paulista em São Paulo, Copacabana no Rio de Janeiro e o Farol da Barra na Bahia.
Por outro lado, as manifestações de esquerda são promovidas por movimentos populares como Povo Independente, Povo Soberano e Grito dos Excluídos, com apoio do Partido dos Trabalhadores (PT). Essas mobilizações têm como foco principais as capitais e polos tradicionais de agitação política, utilizando símbolos históricos e sociais em locais como a Praça da Sé em São Paulo, o Parque da Redenção no Rio Grande do Sul e o Campo Grande na Bahia.
O que foi decidido para Brasília
Em Brasília, as manifestações de direita e esquerda estão programadas para acontecer a apenas 1,5 km de distância uma da outra. Ambas têm início marcado para as 10h, enquanto o tradicional desfile cívico-militar ocorrerá na Esplanada dos Ministérios a partir das 9h. O ato do Reaja Brasil será realizado no Estacionamento Ibero-Americano, em frente à Torre de TV, enquanto o grupo de esquerda se concentrará na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic.
A Rodoviária do Plano Piloto servirá como um ponto intermediário entre os locais, facilitando o acesso tanto ao desfile quanto aos atos políticos. Portanto, os três eventos ocorrerão em uma proximidade significativa, no coração da capital do país.
“O esquema especial de segurança abrange todos os eventos”, informou a Secretaria de Segurança Pública do DF.
Segurança e logística nas manifestações
A segurança na Esplanada dos Ministérios já foi reforçada devido ao julgamento de Bolsonaro no STF. Desde a tarde do sábado (6), o trânsito de veículos na área está interditado. Drones com imagens térmicas e câmeras de monitoramento estão sendo utilizados. O Comando Móvel da Polícia Militar, juntamente com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil, estará presente para garantir a segurança dos participantes e a ordem pública.
Temas defendidos nas manifestações
Apesar das diferenças ideológicas, as manifestações de direita e esquerda são influenciadas pelo julgamento de Bolsonaro e pelas recentes medidas econômicas aplicadas pelos EUA, que repercutem no cenário local. O movimento Reaja Brasil defende temas relacionados à liberdade individual e à crítica ao governo atual, enquanto os movimentos de esquerda focam em questões de justiça social e direitos humanos.
Paralelamente, o desfile cívico-militar deste ano tem como tema central “Brasil Soberano”. O Governo Federal destaca a soberania do país por meio de três eixos temáticos: “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e um terceiro eixo ligado à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém (PA).
As mobilizações do 7 de setembro não apenas celebram a Independência, mas também refletem o atual clima político e social do Brasil, em um cenário de polarização crescente. O que se observa hoje é uma sociedade dividida, mas que ainda se mobiliza em busca de seus direitos e de uma voz ativa na política do país.