Presidente brasileiro defende integração econômica entre os países do bloco.
Lula condena sanções comerciais dos EUA e alerta para riscos às instituições multilaterais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião virtual entre líderes do Brics nesta segunda-feira (8), onde fez críticas contundentes às sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos. Embora não tenha mencionado o nome de Trump, Lula destacou a normalização da “chantagem tarifária” como um método de conquista de mercados, o que, segundo ele, fere os princípios do comércio internacional.
O que disse Lula sobre as tarifas de importação
Lula afirmou que as tarifas, que chegam a 50% para o Brasil e a Índia e 30% para a China e a África do Sul, estão desestabilizando as relações comerciais. Ele enfatizou que os princípios de Nação Mais Favorecida e Tratamento Nacional, que garantem igualdade nas trocas comerciais, foram desrespeitados. “Agora assistimos ao enterro formal desses princípios”, disse o presidente, alertando para o risco de desintegração das instituições multilaterais.
A importância da integração econômica no Brics
O presidente defendeu uma resposta coordenada do Brics, ressaltando que o bloco possui as condições necessárias para promover uma “industrialização verde” e liderar a reforma do sistema multilateral de comércio. Para Lula, a cooperação entre os países do Brics deve ser priorizada para enfrentar as ameaças do unilateralismo. Ele convocou os membros do bloco a se unirem para mostrar que a colaboração pode superar rivalidades.
“A imposição de medidas extraterritoriais ameaça nossas instituições.”
Questão ucraniana e críticas a Israel
Além das questões comerciais, Lula também comentou sobre a guerra na Ucrânia, elogiando o encontro entre Trump e Putin em Anchorage, no Alaska. Ele enfatizou a importância de buscar um acordo de paz que respeite as preocupações de segurança de todas as partes envolvidas. Ao mesmo tempo, criticou a postura do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em relação à Faixa de Gaza, pedindo o fim das ações militares nos Territórios Palestinos.
Lula concluiu seu discurso ressaltando que iniciativas como a Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos para a Paz, formado por Brasil e China, podem contribuir para promover diálogo e diplomacia. Com isso, ele reafirmou seu compromisso com a busca de soluções pacíficas para os conflitos internacionais.