Embaixador chinês critica interferência em assuntos domésticos.
O embaixador da China para assuntos da América Latina, Qiu Xiaoqi, manifestou sua oposição às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Essas sanções foram aplicadas através da Lei Magnitsky, que visa punir indivíduos acusados de violações de direitos humanos.
Em uma entrevista concedida na manhã de 9 de setembro de 2025, em Pequim, Qiu enfatizou a posição do governo chinês em relação à interferência em assuntos domésticos, afirmando que “nós nos opomos ao unilateralismo e promovemos o multilateralismo”. Ele criticou a hegemonia de nações que impõem sanções e interferem nas questões internas de outros países. “Acreditamos que cada nação deve ter o direito de decidir seu próprio caminho sem pressões externas”, completou.
A visão da China sobre a diplomacia e o Brasil
O embaixador Qiu Xiaoqi ressaltou que a relação entre China e Brasil é fundamental não apenas para ambos os países, mas também para a estabilidade e a justiça no cenário internacional. Ele defendeu a integração entre os países do Sul Global, um discurso que tem sido uma constante na política externa chinesa. Para Qiu, a colaboração entre nações em desenvolvimento é essencial para a construção de um sistema internacional mais equilibrado.
Além disso, ele afirmou que China e Brasil são não apenas parceiros comerciais, mas também “fortes apoiadores e amigos do multilateralismo”. Essa afirmação reflete a estratégia da China de fortalecer sua influência na América Latina, buscando ampliar seus laços com países que compartilham uma visão similar sobre a ordem mundial.
Implicações das sanções para o Brasil
As sanções impostas por Washington têm gerado preocupações no Brasil, especialmente em relação à independência do Judiciário e à soberania nacional. A declaração do embaixador chinês pode ser vista como um apoio ao governo brasileiro em um momento em que a relação com os Estados Unidos passou a ser questionada por algumas lideranças políticas. O Brasil, que historicamente busca equilibrar suas relações internacionais, pode encontrar na posição da China uma oportunidade para reafirmar sua autonomia e fortalecer suas alianças estratégicas.
“Nós nos opomos à hegemonia e à interferência nos assuntos domésticos por quaisquer outros países.”
O futuro das relações Brasil-China
A posição da China em defesa do Brasil pode ser um indicativo de que ambos os países buscarão intensificar sua cooperação em diversas áreas, como comércio, investimentos e tecnologia. Com a crescente influência da China na América Latina, o Brasil pode se beneficiar de parcerias que promovam o desenvolvimento sustentável e a inovação.
Nos próximos meses, será importante observar como o governo brasileiro responderá a essas sanções e como isso afetará suas relações com outros países, especialmente os Estados Unidos. A China, por sua vez, parece disposta a se posicionar como uma aliada do Brasil, o que pode impactar as dinâmicas políticas e econômicas na região.
A defesa do multilateralismo e a crítica às sanções refletem uma tendência crescente no cenário internacional, onde países buscam afirmar sua soberania e resistir a pressões externas. O que se avizinha é um período de reavaliação das relações internacionais, onde alianças estratégicas poderão ser fundamentais para a estabilidade e o crescimento das nações envolvidas.