Confissão e resgate de animais
O adestrador Mário Sérgio Dornelas confessou no último domingo (23) que Mia, uma golden retriever de 11 meses, morreu devido ao calor extremo enquanto estava sob seus cuidados. Ele admitiu ter enterrado a cadela no quintal do estabelecimento, conhecido como “Mansão Pet”. Durante as buscas, a Polícia Civil resgatou três cães em condições precárias, sem comida e higiene.
Tutora recebeu versão falsa sobre desaparecimento
A tutora de Mia, Francine Branchi, hospedou a cadela no local no dia 9 de janeiro. Inicialmente, a estadia seria de três dias, mas o adestrador sugeriu um treinamento de 30 dias. Após esse período, ele pediu mais 15 dias para entregar a cadela “100% adestrada”. No dia 13 de fevereiro, um dia antes do combinado para o retorno, o adestrador ligou para os tutores alegando que Mia havia fugido.
Diante do desaparecimento, a família iniciou as buscas imediatamente. O grupo de voluntários “Nas Garras da Lei” investigou o caso e encontrou diversas inconsistências na versão apresentada pelo adestrador. A pressão das investigações fez com que Mário Sérgio confessasse que Mia morreu devido ao calor e que ele enterrou o corpo no quintal.
Corpo de Mia foi identificado pelo microchip
Após a confissão, os tutores e voluntários foram ao local e encontraram o corpo de Mia. A identidade da cadela foi confirmada por meio da leitura do microchip, que funciona como um “CPF” animal. O adestrador não estava presente no momento da descoberta.
A Polícia Civil, ao revistar o estabelecimento, encontrou três cães vivendo em condições insalubres, sem alimentação adequada e higiene. Os animais foram apreendidos e passarão por exames veterinários.
Comoção e medidas judiciais
O caso Mia gerou forte comoção nas redes sociais. A ativista Luisa Mell cobrou providências e exigiu fiscalização mais rigorosa em estabelecimentos que oferecem hospedagem para animais.
A Associação Cinotécnica do Estado do Rio de Janeiro (CinoRio) divulgou uma nota de repúdio, condenando a negligência do adestrador e pedindo punição rigorosa.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o proprietário do hotel responderá por maus-tratos a animais. O inquérito segue em sigilo para não comprometer as investigações.