Gasto por aluno no Brasil é menos de um terço do investimento de países ricos

Investimentos em educação no Brasil são significativamente inferiores aos de nações desenvolvidas.

Gasto público por aluno na educação básica no Brasil é de apenas 31% do investimento médio de países ricos.

O gasto por aluno na educação básica no Brasil é alarmantemente baixo, correspondendo a apenas 31% do valor médio investido por países da OCDE, que é de US$ 12.438. O Brasil, com um investimento de apenas US$ 3.872 por aluno, ocupa a quarta posição entre os países que menos investem em educação, superado apenas pela Turquia, África do Sul e México. Esses dados foram revelados no relatório “Education at a Glance 2025”, divulgado recentemente.

Comparação de investimentos na educação básica

O relatório considera todos os investimentos públicos em educação desde o ensino fundamental até o médio, divididos pelo número de matrículas. Essa metodologia permite uma comparação efetiva entre os países, levando em conta o custo de vida de cada nação. Apesar de o Brasil ter um percentual do PIB dedicado à educação semelhante ao dos países ricos, a discrepância no gasto por aluno é notável, dado que esses países possuem um número menor de matrículas.

Situação do ensino superior no Brasil

Em relação ao ensino superior, o Brasil apresenta uma peculiaridade: o gasto por aluno é similar ao da educação básica, com um investimento de US$ 3.765, uma redução de 2,8% em comparação ao ensino básico. Em contrapartida, os países da OCDE investem, em média, US$ 15.102 por aluno na educação superior, um valor 21,4% maior que o gasto com a educação básica.

Os dados indicam que, enquanto o Brasil investe em torno de 4,9% do seu PIB em educação, os países da OCDE aplicam 4,7% do PIB no mesmo setor, demonstrando que a quantidade de recursos não é o único fator determinante para a qualidade da educação.

“Os governos investem em educação por diversos motivos, como promover a igualdade de oportunidades e fomentar o crescimento econômico”, afirma o relatório.

Salário dos professores brasileiros em comparação com a OCDE

O diagnóstico sobre a remuneração dos professores também é preocupante. O salário inicial dos docentes do ensino fundamental no Brasil é de aproximadamente US$ 24.526 por ano, o que representa cerca de 52% da média dos países da OCDE, que é de US$ 47.339. Apenas Grécia e Eslováquia têm salários iniciais inferiores ao do Brasil, evidenciando a desvalorização da profissão no país.

A discrepância salarial é um fator crítico, pois a remuneração dos professores é uma das maiores parcelas dos gastos com educação, influenciando diretamente a qualidade do ensino. O relatório indica que, em comparação, os professores em Luxemburgo podem receber até US$ 99.621, refletindo um investimento significativamente maior na educação.

O que podemos esperar para o futuro da educação no Brasil

O cenário atual exige uma reflexão sobre a relação entre os recursos investidos e os resultados alcançados. Com um número crescente de matrículas e uma pressão por melhores resultados, é essencial que os governos busquem otimizar o uso do financiamento público, garantindo que cada dólar investido se traduza em melhorias significativas na educação.

O relatório anual “Education at a Glance” oferece uma visão abrangente da situação educacional nos países membros da OCDE e outras nações, incluindo o Brasil. O foco desta edição foi a análise do ensino superior e as conexões entre educação e emprego, ressaltando a importância de um investimento adequado e equilibrado em todos os níveis de ensino para promover um futuro mais igualitário e próspero.

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