Reunião com Gleisi Hoffmann busca priorizar projeto no Congresso.
Governistas se articulam para pautar o Congresso com isenção do IR e minimizar a anistia proposta pela oposição.
Governistas querem pautar Congresso com isenção do Imposto de Renda
Após uma reunião com a ministra Gleisi Hoffmann, os governistas estão se movimentando para priorizar a pauta do Congresso Nacional com a proposta de isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil. Essa proposta é vista como uma das principais vitrines do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando.
Entretanto, a situação não é simples. A pressão da oposição, que busca a anistia para alguns casos, e o embate com os Estados Unidos estão causando preocupação no Planalto. O projeto de isenção do Imposto de Renda, que deveria ter avançado, está parado desde meados de julho. O governo enfrenta um verdadeiro cabo de guerra sobre como compensar a perda de arrecadação que essa medida pode representar e sobre a popularidade que ela pode dar a Lula.
Desafios no Congresso e a pressão da oposição
A visita do relator Arthur Lira a Jair Bolsonaro, que está sob prisão domiciliar, também gerou incômodo entre os governistas. Na reunião, Gleisi Hoffmann enfatizou a necessidade de uma defesa mais enfática do projeto de isenção. O presidente da Câmara, Hugo Motta, declarou que a proposta é uma prioridade e espera que a votação ocorra até o final do mês. Essa aproximação de Motta com Lula, ao participar do desfile de 7 de Setembro ao lado do presidente, é vista como uma estratégia para reforçar a aliança.
Com a pressão aumentando, alguns membros da base governista começaram a defender a possibilidade de que o governo edite uma Medida Provisória sobre a isenção do Imposto de Renda. Contudo, essa ideia enfrenta resistências até mesmo dentro da base aliada, que teme as implicações de um movimento tão drástico.
A estratégia do governo para evitar a anistia
Além de buscar priorizar o projeto de isenção do Imposto de Renda, a intenção dos petistas é também ocupar a pauta do Congresso para evitar que a proposta de anistia avance. Aliados de Lula tentam criar uma narrativa que minimize as preocupações relacionadas às articulações da oposição, argumentando que a proposta de anistia carece de apoio na cúpula do Congresso. Além disso, afirmam que, se aprovada, a anistia seria considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, com base na jurisprudência do caso Daniel Silveira.
O que se observa é uma batalha política intensa, onde cada movimento no Congresso é cercado de significados e repercussões. Enquanto o governo tenta avançar suas pautas prioritárias, a oposição também não se dá por vencida e continua a pressionar por suas propostas, criando um ambiente político conturbado e competitivo.
As próximas semanas serão cruciais para o rumo das discussões no Congresso e para a definição das prioridades do governo, que busca consolidar sua agenda em meio a um cenário repleto de desafios.