A renúncia acontece em meio a manifestações violentas contra a corrupção.
A renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli ocorre após protestos violentos que resultaram em 19 mortes.
Primeiro-ministro do Nepal renuncia após protestos da geração Z
O primeiro-ministro do Nepal, KP Sharma Oli, anunciou sua renúncia nesta terça-feira (9), em meio a uma onda de manifestações anticorrupção que desafiaram um toque de recolher. As manifestações, que resultaram na morte de 19 pessoas, foram desencadeadas pela proibição de uma rede social e se tornaram violentas, levando a confrontos com a polícia.
A renúncia de Oli ocorre um dia após os protestos que deixaram mais de 100 feridos. Os manifestantes, que tentaram invadir o parlamento, foram dispersos com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Essa agitação é considerada a mais severa que o Nepal vivenciou em décadas, refletindo a instabilidade política e a incerteza econômica que o país enfrenta desde a abolição da monarquia em 2008.
O que motivou os protestos
Os protestos foram chamados de ‘manifestações da Geração Z’, um movimento que expressa a frustração dos jovens em relação à corrupção e à falta de ação do governo. Em resposta à crescente violência, o governo de Oli suspendeu a proibição da rede social que havia gerado a indignação inicial. Contudo, a raiva contra o governo não diminuiu, e os manifestantes continuam a se reunir nas ruas de Katmandu, desafiando o toque de recolher imposto pelas autoridades.
Os protestos se espalharam por várias cidades, com jovens marchando em direção a Katmandu para apoiar a causa. Os organizadores exigem acesso a educação, serviços de saúde e um futuro livre de corrupção. Um dos manifestantes, Robin Sreshtha, expressou o desejo de um país melhor, onde todos tenham oportunidades iguais. “Queremos um país livre de corrupção para que todos possam ter acesso fácil à educação, hospitais, serviços médicos e por um futuro brilhante”, disse Sreshtha.
Reações do governo e da população
Oli convocou uma reunião entre todos os partidos políticos, enfatizando que a violência não é do interesse da nação e que é necessário buscar diálogo pacífico. No entanto, a população demonstrou descontentamento, incendiando pneus e bloqueando estradas. As ações dos manifestantes foram registradas por muitos que assistiam e filmavam os confrontos com os policiais, aumentando a tensão nas ruas da capital.
Além disso, alguns ministros do governo foram resgatados por helicópteros militares, enquanto casas de políticos também foram alvo de ataques. A situação é crítica e a chegada de voos ao aeroporto de Katmandu foi interrompida devido à fumaça dos incêndios.
Consequências e incertezas políticas
A renúncia de KP Sharma Oli mergulha o Nepal em uma nova etapa de incerteza política. O país, que já enfrenta uma grave crise política, agora precisa lidar com a insatisfação crescente da população e a pressão por mudanças significativas. A saída de Oli, após anos de liderança, levanta questionamentos sobre o futuro do país e os possíveis caminhos que a nova liderança pode seguir para atender as demandas da população.
A reação da comunidade internacional e o papel de outras nações na resolução da crise também serão cruciais nos próximos dias. O que se segue após a renúncia de Oli pode determinar o rumo do Nepal em um cenário político já instável.