Lula critica Bolsonaro e diz que ele não é inocente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele não é inocente e que cometeu diversas "burrices". Durante um evento em Manaus, Lula se referiu à tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro e mencionou a investigação da Polícia Federal sobre um suposto plano de assassinato de autoridades. Lula ainda comentou sobre a busca de Bolsonaro por anistia, destacando que ele deve se defender ao invés de pedir perdão.

Lula afirma que Bolsonaro cometeu erros e não é inocente, mencionando tentativa de golpe.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar, nesta terça-feira (9/9), sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Supremo Tribunal Federal (STF). Em evento realizado em Manaus (AM), Lula disse que o ex-mandatário cometeu “burrices”, que ele “não é inocente” e que colocou o filho para “pedir ao governo Trump para taxar o Brasil”.

Em seguida, Lula continuou falando sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, afirmando que, ao contrário do que diz o filho, o pai não é inocente, pois “tentou dar um golpe de Estado” no Brasil. “Esses caras tiveram a pachorra de mandar gente para os Estados Unidos para falar mal do Brasil e para condenar o Brasil. [Ele está] tentando dizer que o pai dele é inocente. O pai dele não é inocente. O pai dele tentou dar um golpe de Estado”, afirmou Lula.

O petista fez referência, ainda, ao suposto plano de assassinato de autoridades – “Punhal Verde Amarelo” -, evidenciado pela investigação da Polícia Federal e que é mencionado nos autos da ação penal da trama golpista. “O pai [Bolsonaro] estava arquitetando matar o Lula, matar o Alckmin, matar o Alexandre de Moraes”, citou Lula.

Por fim, o presidente disse que os réus estão sendo julgados “pelos desmazelos” que fizeram. “Não adianta ficar pedindo anistia. Ele [Bolsonaro] nem foi condenado ainda. Ao invés de estar se defendendo e dizendo que é inocente, já estão pedindo anistia.” Lula cita, nesse caso, as articulações no Congresso Nacional para que seja colocado em pauta o projeto de anistia ampla, que não só beneficiaria os condenados pelo 8 de Janeiro, mas também Bolsonaro e o filho Eduardo, indiciado por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

As declarações de Lula ocorreram no mesmo dia em que o Supremo retomou o julgamento da chamada trama golpista. O relator Alexandre de Moraes votou pela condenação de Bolsonaro e de mais sete réus apontados como integrantes do núcleo central do suposto plano. Em seguida, o ministro Flávio Dino acompanhou Moraes e também votou pela condenação. Ele destacou que, embora não tenha detalhado a dosimetria das penas, vê necessidade de punições mais duras para Bolsonaro e aliados próximos, como Braga Netto, Anderson Torres, Almir Garnier e Mauro Cid. Em contrapartida, Dino defendeu uma culpabilidade menor de três acusados, o que pode resultar em penas mais brandas. São eles: Alexandre Ramagem, general Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.

O julgamento prossegue nesta quarta (10/9), na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros. Ainda restam os votos de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

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