Esposas de desaparecidos em Icaraíma falam sobre impunidade

Reação das famílias ao advogado de defesa

Esposas de cobradores desaparecidos em Icaraíma rebatem acusações do advogado de defesa, expressando indignação e um forte sentimento de impunidade.

As esposas de dois dos cobradores desaparecidos ao cobrar uma dívida em Icaraíma, no noroeste do Paraná, reagiram às falas do advogado Renan Nogueira Farah, que representa a família Buscariollo e negou o envolvimento deles no crime, afirmando que pai e filho fugiram por questões de segurança. Nesta quarta-feira (10), as buscas completam cinco semanas.

Reação das esposas

Denise Cristina, esposa de Robishley de Oliveira, afirmou em entrevista à RIC RECORD Maringá que a acusação contra elas aumenta ainda mais o sofrimento das famílias. “Os dias já não estão sendo fáceis, né? E ainda, além de tudo, a gente ainda tá recebendo uma acusação dessa”, desabafou. Meiriany Marascalchi, esposa de Rafael Juliano, também relatou indignação. “Para nós é um sentimento de impunidade muito grande, né? Porque além da gente estar tendo que sofrer com a dor, ainda agora receber mais essa notícia por parte deles”, disse.

Críticas à defesa

A advogada das famílias, Josiane Monteiro, destacou que esperava a atuação da defesa no processo, mas criticou a postura adotada. “Nós sabíamos que a defesa técnica iria se habilitar nos autos, que pleiteariam revogação de preventiva. Mas essa questão moral mesmo, não é nem questão legal, mas questão moral, né? Já sabendo do sofrimento dessas pessoas e ainda imputar crime contra elas traz muito mais tristeza, muito mais desespero”, afirmou.

Recompensa por informações

Uma página criada nas redes sociais, supostamente por amigas das famílias, está oferecendo recompensa de R$ 50 mil por informações que levem ao paradeiro dos cobradores desaparecidos em Icaraíma ou da família Buscariollo. O advogado de defesa, por sua vez, questiona a iniciativa, alegando que seus clientes são apresentados como autores do crime.

Contexto do desaparecimento

Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso saíram do interior de São Paulo e foram até Icaraíma para cobrar uma dívida de R$ 250 mil que o Alencar Gonçalves de Souza tinha a receber. O valor era referente ao restante do valor a ser pago pela compra de uma propriedade rural, vendida por Alencar aos Buscariollo. Os quatro desapareceram no dia 5 de agosto após marcarem um encontro com Paulo e Antônio. Pai e filhos foram ouvidos pela Polícia Civil do Paraná, mas negaram qualquer envolvimento com o sumiço e desde então, nunca mais foram vistos. A Justiça decretou a prisão dos dois pelo crime de homicídio e eles estão sendo procurados.

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