Parlamentar corre risco de perder o mandato devido a acusações
Presa na Itália, a deputada Carla Zambelli acompanhará o depoimento do hacker Walter Delgatti na Câmara dos Deputados.
Presa há dois meses na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) irá assistir por videoconferência ao depoimento do hacker Walter Delgatti no processo de cassação do mandato dela própria, que acontece nesta quarta-feira (10/9), na Câmara dos Deputados. A participação virtual foi negociada com a justiça italiana e confirmada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Paulo Azi (União-BA).
Participação autorizada pela justiça
O advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, informou que a própria CCJ intermediou, por meio do Itamaraty, para que a parlamentar fosse autorizada a participar. Ela corre o risco de perder o mandato de parlamentar por invasão do sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Acusações e defesa
O crime teria sido cometido com ajuda de Delgatti, que está preso desde 2023 e irá depor por videoconferência às 10h. Após o depoimento, a fala de Delgatti poderá ser analisada por um técnico forense a pedido da defesa da parlamentar, que argumenta que ele mentiu em outras situações e pode voltar a fazê-lo. Além de Delgatti, está previsto o depoimento de Michel Spiero, assistente técnico da defesa da deputada, às 14h. Outros testemunhas de defesa incluem o perito judicial Eduardo Tagliaferro e o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que irão reforçar a tese de que Zambelli sofre perseguição política.
Consequências da condenação
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir o sistema do CNJ junto com Delgatti. A decisão dos ministros também determinou que ela perca o mandato, mas essa decisão precisa ser oficializada pela Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou a cassação para a CCJ, onde a relatoria ficou a cargo do deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR). Após passar pela CCJ, o parecer de Garcia deverá ser votado pelo plenário da Câmara para tornar a perda de mandato definitiva.