Desmistificando a depressão entre líderes religiosos
Pastor compartilha experiências sobre a luta da saúde mental nas igrejas.
O estigma da saúde mental nas igrejas é um tema que precisa ser abordado. O pastor Júnior Martins, que passou por crises de ansiedade e depressão, revela que muitos líderes religiosos ainda veem transtornos psicológicos como falta de fé. Essa visão pode levar a um ambiente de não acolhimento para aqueles que precisam de ajuda.
A luta interna do pastor
Martins, que sempre teve uma vida ativa como empresário e professor, enfrentou sua primeira crise de ansiedade aos 34 anos. “Não levou muito tempo para eu entrar num processo depressivo decorrente das circunstâncias da vida e iniciar a medicação”, relata. A falta de entendimento por parte da liderança da igreja o levou a afastar-se do ministério e buscar ajuda profissional.
O tabu sobre saúde mental
O pastor Vardilei Ribeiro da Silva, da IPI, comenta que a saúde mental é um tabu em muitas denominações. Ele observa que a falta de preparo da liderança para lidar com esses problemas é alarmante. O suicídio do pastor Lucas Di Castro, que gerou repercussão, ilustra como a resposta da comunidade pode agravar o sofrimento das famílias afetadas.
A importância da formação
A psicóloga Karen Scavacini enfatiza que é crucial que líderes religiosos ofereçam acolhimento e não julgamento. A compreensão das questões de saúde mental deve ir além da teologia, integrando conhecimentos de outras áreas. Silva ressalta que é necessário preparar a igreja para acolher e ajudar aqueles que enfrentam crises de saúde mental.
Caminhos para a cura
Martins, agora recuperado, escreve sobre suas experiências e aconselha outros pastores que enfrentam conflitos emocionais. Ele afirma que compreender as emoções e buscar ajuda profissional foram fundamentais em sua recuperação. A espiritualidade não deve ser vista como a única solução, mas como um elemento que pode complementar o tratamento.