Ilhas do Brasil são essenciais para a biodiversidade marinha

Estudo destaca a importância de arquipélagos brasileiros para espécies endêmicas

Pesquisas revelam que ilhas brasileiras são cruciais para a biodiversidade marinha, especialmente para espécies endêmicas.

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (10) aponta que ilhas brasileiras estão entre as mais importantes do mundo em relação à presença de animais marinhos endêmicos. A pesquisa destaca os arquipélagos de Fernando de Noronha, em Pernambuco; e São Pedro e São Paulo, a cerca de 1.100 quilômetros de Natal; e a ilha da Trindade, no Espírito Santo.

Importância das ilhas para a biodiversidade

Foram analisadas mais de 7.000 espécies de peixes de recife em 87 ilhas e arquipélagos ao redor do mundo. O estudo propõe um novo conceito para analisar a presença de espécies endêmicas, que inclui não só espécies exclusivas de uma ilha específica, mas também aquelas que ocorrem em um conjunto de ilhas de uma mesma província biogeográfica, sem colonizar áreas continentais próximas.

Método de pesquisa e resultados

Hudson Pinheiro, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e pesquisador do Centro de Biologia Marinha da USP, conduziu o estudo em parceria com Luiz A. Rocha e Juan Pablo Quimbayo. Parte das análises foi realizada em recifes mesofóticos, onde a luz é reduzida e a fauna apresenta características peculiares. A nova abordagem permite entender melhor a relação das espécies com as ilhas, refletindo em ações de conservação marinha.

Consequências da perda de biodiversidade

De acordo com o estudo, 12% da biodiversidade mundial de peixes de recife é formada por espécies endêmicas de ilhas. Os pesquisadores alertam que pequenas alterações podem causar grandes consequências para as espécies locais, e o desaparecimento de cada uma delas pode gerar efeitos cascata, provocando desequilíbrios ecológicos.

Além das ilhas brasileiras, outros exemplos citados incluem Santa Helena e Ascensão, Galápagos e Rapa Nui. Segundo Pinheiro, a importância das ilhas brasileiras para o endemismo é maior do que se pensava, e a nova abordagem permite um entendimento mais profundo sobre a conservação das espécies marinhas.

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