Tarifaço de Trump e a resistência de Lula ao diálogo

Análise sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos

Tarifaço de Trump completa dois meses e Lula resiste em dialogar.

O tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros completou dois meses na terça-feira, 9 de setembro de 2025, e a situação permanece tensa. A medida, que entrou em vigor em 6 de agosto, mantém uma tarifa original de 10% sobre os produtos, apesar de quase 700 itens terem sido isentos da sobretaxa por decisão unilateral dos Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que os EUA não estão dispostos a discutir o tema.

O cenário atual das negociações

Lula, que se disse sempre aberto ao diálogo, não teve avanços desde que Trump o convidou para conversar. O Planalto tem se mostrado relutante em contatar a alta cúpula americana, e a última comunicação entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ocorreu em 30 de julho. A reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada, e Haddad responsabilizou figuras políticas que se reuniram com Bessent no mesmo dia.

A postura de Lula e suas implicações

Lula destaca que só retomará o tom “paz e amor” quando Trump mostrar interesse em dialogar. Enquanto isso, ele utiliza a situação para reforçar um discurso patriótico de defesa da soberania nacional e contra os que considera traidores da pátria. O presidente também busca alternativas internas e planeja enviar um projeto de regulamentação das redes sociais ao Congresso até o fim de setembro.

A resposta do governo brasileiro

Diplomatas brasileiros sugerem que Lula telefone para Trump, acreditando que um contato direto poderia desbloquear as conversas técnicas atualmente estagnadas. Lula, por outro lado, afirma que não vai “chorar o leite derramado” e que irá buscar novos mercados para os produtos brasileiros, criticando a medida como “chantagem inaceitável”.

A medida provisória e seus impactos

Em 13 de agosto, o governo lançou a medida provisória “Brasil Soberano”, com um plano de contingência para as empresas afetadas pelo tarifaço. Essa medida libera R$ 30 bilhões em linhas de crédito, com taxas que variam de 1% a 5% ao ano, e os empresários têm até 31 de dezembro de 2025 para protocolar pedidos. Além disso, haverá R$ 10 bilhões em linhas de crédito do BNDES para as empresas impactadas.

A situação atual reflete a complexidade das relações entre Brasil e Estados Unidos, com ambos os lados buscando formas de resolver um impasse que pode afetar significativamente o comércio bilateral.

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