Demandas de comunidades tradicionais ganham destaque em encontro
Comunidades tradicionais do cerrado se preparam para levar suas demandas à COP30 em Belém.
As comunidades tradicionais do cerrado estão se mobilizando para levar suas demandas à COP30, conferência do clima que ocorrerá em novembro em Belém. Lideranças indígenas, quilombolas e de agricultores familiares se reúnem no 11º Encontro dos Povos, em Brasília, para discutir temas como desmatamento, preservação das águas e mudança climática.
Importância do cerrado para o Brasil
O cerrado, que ocupa cerca de um quarto do território brasileiro, é conhecido como o “caixa-d’água” do país, abastecendo 8 das 12 regiões hidrográficas. No entanto, mais da metade de sua vegetação original já foi desmatada. Isabel Figueiredo, coordenadora do Programa Cerrado da ISPN, destaca que é um desafio falar do cerrado em uma conferência que tem foco na Amazônia, enfatizando que “sem o cerrado, não há Amazônia”.
Desafios enfrentados pelas comunidades
Durante o encontro, Hiparidi Top’tiro, vice-coordenador da Rede Cerrado, expressou preocupação com a seca dos rios e a falta de segurança para a conservação das áreas tradicionais. Ele ressalta que o agronegócio representa um grande adversário neste contexto, e que a legislação existente para controle do desmatamento nem sempre é cumprida, resultando em um aumento da destruição do bioma.
Demandas para a COP30
As comunidades pretendem levar para a COP30 discussões sobre a implementação de leis que combatem o desmatamento e protegendo os direitos humanos. O objetivo é garantir que o cerrado receba a mesma atenção que a Amazônia nas políticas ambientais. Além disso, será abordado o conceito de ecogenocídio, que trata das violações dos direitos dessas comunidades em relação à água e à terra.
Conclusão
O encontro é uma oportunidade para que as vozes das comunidades tradicionais sejam ouvidas, buscando a preservação e manutenção de seus modos de vida, essenciais para a conservação do cerrado e de sua biodiversidade.