Queda nos preços de alimentos e a primeira deflação de 2025

Economista analisa tendências e possíveis cenários futuros

A deflação em agosto de 2025 é impulsionada pela queda nos preços dos alimentos, que já registra o terceiro mês consecutivo de redução. Economista analisa o impacto disso na economia.

Em agosto de 2025, o Brasil registrou sua primeira deflação do ano, com uma queda de 0,11% no índice de preços ao consumidor (IPCA). Essa deflação é impulsionada pela redução nos preços dos alimentos, que já caem há três meses consecutivos. O café, um dos itens mais afetados pelas sobretaxas, caiu 2,17% em agosto. Essa tendência é analisada pelo economista Caio Augusto Rodrigues, sócio da consultoria Terraço Econômico.

Análise do cenário econômico

Rodrigues explica que a queda nos preços dos alimentos ocorre devido a uma oferta excessiva no mercado interno, o que dificulta a venda para novos compradores, especialmente diante das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos. Ele acredita que, se não houver eventos adversos, a normalização dos preços poderá ocorrer em até seis meses. Contudo, a expectativa é que a queda não se prolongue além do início de 2026.

Efeitos das sanções norte-americanas

O economista enfatiza que enquanto não houver um acordo formal com os EUA, o desvio temporário de produtos para outros mercados deve continuar a impactar os preços. Ele adverte que assim que a situação for normalizada, parte dos produtos voltará ao fluxo habitual de exportações, o que pode resultar em uma nova pressão sobre os preços no mercado interno.

Impactos da deflação no IPCA

O recuo nos preços dos alimentos foi um dos principais fatores que contribuíram para a variação negativa do IPCA. Rodrigues ressalta que, embora a deflação seja um dado importante, ela não conta toda a história da trajetória inflacionária do Brasil. Outros fatores como transporte e habitação também influenciaram, sendo que os descontos na conta de luz tiveram um impacto significativo dentro do grupo de habitação.

Expectativas futuras sobre a inflação

Em relação à trajetória da inflação nos próximos meses, o economista aponta que isso dependerá da interação entre os juros altos e a atividade econômica. Embora os efeitos dos juros já estejam sendo sentidos, a expectativa é que se tornem mais consistentes apenas em 2026. Rodrigues conclui que o Banco Central precisa monitorar como esse arrefecimento impacta o mercado de trabalho e se realmente ajudará a trazer a inflação para dentro da meta.

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