O Supremo Tribunal Federal (STF) avança no julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, com a possibilidade de condenar Jair Bolsonaro e figuras militares de alta patente. Este julgamento marca um momento histórico, onde a tradição de impunidade em casos de ameaça à democracia pode ser finalmente confrontada pela Justiça brasileira.
Entretanto, a promessa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de conceder indulto a Bolsonaro caso eleito, reacende o debate sobre o autoritarismo no país. Ao afirmar que o indulto seria seu “primeiro ato”, Tarcísio explicita um alinhamento com o bolsonarismo e desafia o sistema judiciário.
Tarcísio, ao classificar o processo judicial contra Bolsonaro como “desarrazoado”, vai além de uma simples opinião. Ele assume uma posição política que questiona a legitimidade das investigações da Polícia Federal, das denúncias do Ministério Público Federal e do julgamento no STF. Essa postura mina a confiança nas instituições democráticas e abre espaço para a erosão do Estado de Direito.
Ademais, Tarcísio articula em Brasília a votação de um projeto de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. Essa medida, que poderia inclusive reabilitar Bolsonaro politicamente, revela o objetivo de Tarcísio de se posicionar como defensor de uma nova manobra contra o ordenamento jurídico.
Em meio a um julgamento histórico, a democracia brasileira enfrenta um momento crucial. A postura de Tarcísio de Freitas, ao prometer indulto e questionar a justiça, demonstra uma clara adesão à tradição autoritária, onde as elites se protegem em detrimento da democracia e do povo.