A deputada estadual Dani Portela (Psol) foi absolvida de acusações de irregularidades no uso de verba pública. A denúncia, agora arquivada pelo Ministério Público de Contas (MPC), alegava favorecimento a uma empresa de um familiar. Portela, em entrevista, atribui os ataques a uma estratégia de desinformação orquestrada, ligada à aproximação da governadora Raquel Lyra (PSD) com o bolsonarismo.
Segundo a deputada, a empresa Coutinho Assessoria Ltda., contratada para serviços de gestão de informação e comunicação, possui expertise e é de sua confiança. Ela argumenta que a relação familiar do proprietário com seu esposo é de quarto grau por afinidade, portanto, legalmente permitida. O procurador-geral do MPC, Ricardo Alexandre, confirmou a regularidade da empresa e a efetiva prestação dos serviços, descartando a acusação de “empresa fantasma”.
A absolvição de Portela ocorre em meio à sua atuação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A deputada lidera uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um contrato milionário do governo estadual com a empresa E3 Comunicação Integrada Ltda. Há suspeitas de que a empresa possa estar ligada a um primo da governadora Raquel Lyra, o que motivou a abertura da investigação.
“É o modus operandi do bolsonarismo, que é quem melhor se apropriou e sabe usar este método de Whatsapp e notícias falsas para destruir adversários”, afirmou Portela, referindo-se à disseminação da denúncia contra ela. A deputada relata que os ataques em suas redes sociais se intensificaram após suas críticas à governadora, partindo de perfis que ela acredita serem coordenados e financiados com verbas públicas.
Portela defende a regulamentação das mídias sociais para coibir a disseminação de notícias falsas e ataques online. A deputada ainda mencionou perfis que, segundo ela, recebem verba publicitária da Secretaria de Comunicação ou possuem contratos com o governo, integrando uma suposta rede de ataques. A Secretaria de Comunicação foi contatada, mas não se manifestou até o momento.