Entidade recebeu R$ 2 bilhões em contratos com prefeituras paulistas
Fundação do ABC, citada em operação, recebeu R$ 2 bilhões em 2025, liderando repasses em São Paulo.
A Fundação do ABC, pivô de investigações de desvios em São Bernardo do Campo, recebeu R$ 2 bilhões em repasses de prefeituras paulistas e do Governo de São Paulo entre janeiro e setembro de 2025. Este valor representa o maior volume entre as entidades conveniadas no estado. A fundação, que começou a atuar como organização social em 2000, não está sujeita às licitações tradicionais, tendo contratos firmados por meio de chamamentos públicos.
Histórico de contratos e investigações
A entidade tem acumulado contratos rejeitados pelo Tribunal de Contas de São Paulo, que apontou irregularidades em diversas negociações. Em São Bernardo, onde a fundação opera um complexo de hospitais, a maior parte dos recursos foi destinada, com R$ 939 milhões recebidos, dos quais R$ 428 milhões somente neste ano. A operação da Polícia Federal investiga desvios que podem ter ocorrido através de contratos com terceirizadas, como evidenciado em comunicações entre suspeitos sobre irregularidades.
A atuação da Fundação do ABC
A Fundação do ABC defende sua postura, afirmando que não foi oficialmente convocada para esclarecer os fatos e que está à disposição das autoridades. Em 2019, firmou um acordo com a Promotoria para reforçar suas práticas de governança. A cidade de São Bernardo, onde a fundação é a maior beneficiária de repasses, informou que há uma auditoria externa em andamento para averiguar os contratos.
Respostas às alegações
Em resposta às investigações, a fundação destacou que não foram encontradas irregularidades em seus contratos e que está monitorando as negociações em São Bernardo. A empresa One Laudos, que recebeu mais de R$ 6 milhões da fundação, afirmou que suas atividades são conduzidas de forma transparente e que está disposta a colaborar com as investigações.
Consequências e auditorias
Recentemente, o Tribunal de Contas rejeitou um contrato de R$ 20 milhões entre a fundação e o governo estadual, além de proibir o pagamento de R$ 84 milhões à entidade por parte da Prefeitura de Santo André. As administrações municipais alegam que estão comprometidas com a transparência e que as auditorias estão sendo realizadas para garantir a correta utilização dos recursos públicos.