Fitch aponta que Brasil deve reduzir dívida para recuperar grau de investimento

Análise sobre a situação fiscal do Brasil em relação ao grau de investimento

A Fitch Ratings afirma que o Brasil precisa não apenas estabilizar, mas reduzir sua dívida para retomar o grau de investimento perdido em 2015.

A Fitch Ratings alerta que o Brasil deve não apenas estabilizar sua dívida, mas reduzi-la para recuperar o grau de investimento perdido em 2015. De acordo com Shelly Shetty, diretora de riscos soberanos da agência, o país ainda está longe de uma melhora significativa em sua nota de crédito, atualmente em BB, com perspectiva estável.

Situação fiscal do Brasil e comparações com o México

Embora o Brasil tenha experimentado um crescimento econômico acima do esperado, com baixa taxa de desemprego e queda nas expectativas de inflação, a diretora da Fitch enfatiza que o país enfrenta uma situação fiscal desafiadora. Em comparação, o México, que mantém o grau de investimento com nota BBB-, tem conseguido controlar seus déficits fiscais e sua dívida se mantém em torno de 45-60% do PIB.

Perspectivas de recuperação e desafios

Shelly destaca que países, em média, levam cerca de seis anos para recuperar o grau de investimento perdido. No caso do Brasil, já se passaram mais de dez anos desde a perda. A analista menciona que, para que o país consiga melhorar sua classificação, seriam necessárias medidas de consolidação fiscal e um crescimento econômico mais robusto.

Necessidade de reformas fiscais e aumento de arrecadação

Dentre as principais recomendações da Fitch, estão a necessidade de cortes nos gastos obrigatórios e um aumento na arrecadação para a geração de um superávit primário de 2% a 3% do PIB, o que é crucial para estabilizar a dívida. Shelly ressalta que o cenário atual é preocupante, com previsão de que a dívida em relação ao PIB alcance 79,3% em 2025, em comparação com 56% em 2008.

O papel do Banco Central e a inflação

A diretora da Fitch elogia a determinação do Banco Central brasileiro em perseguir a meta de inflação, que atualmente está acima do teto estipulado. A análise da Fitch sugere que a independência do Banco Central é vital para a estabilidade macroeconômica do país. Shelly conclui que, para que o Brasil retome seu grau de investimento, serão necessárias reformas profundas e uma nova dinâmica de crescimento econômico.

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