Conflito gerou revolta popular e renúncia do primeiro-ministro
O número de mortos nos protestos no Nepal chega a 51, incluindo manifestantes e policiais. As manifestações começaram devido ao bloqueio das redes sociais pelo governo.
O número de mortos após os protestos no Nepal subiu para 51 pessoas. As manifestações iniciaram em 8 de setembro, com confrontos entre a polícia e manifestantes na capital, Catmandu, após o governo bloquear redes sociais como Facebook e Instagram. O clima de revolta popular resultou na renúncia do primeiro-ministro, KP Sharma Oli, em um esforço para aliviar a tensão.
Origem e evolução dos protestos
Os protestos começaram devido a um bloqueio das redes sociais, o que causou indignação entre a população, especialmente os jovens. Os manifestantes clamam: “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”. Com o aumento da repressão, a situação se agravou, resultando em confrontos violentos que levaram a um alto número de fatalidades. As autoridades relataram que, entre os mortos, estão 21 manifestantes, 9 prisioneiros, 3 policiais e 18 ‘outros’.
Renúncia do primeiro-ministro e consequências
Pressionado pela revolta popular, o primeiro-ministro KP Sharma Oli renunciou, afirmando que sua decisão busca “dar novos passos em direção a uma solução política”. Entretanto, a renúncia não foi suficiente para acalmar os ânimos, e os manifestantes invadiram e incendiaram o Parlamento, além de atacar residências de autoridades, incluindo a do ex-primeiro-ministro e da atual ministra das Relações Exteriores.
A resposta das autoridades
O Exército do Nepal anunciou que assumiria a responsabilidade pela segurança no país a partir das 22h do horário local. Um toque de recolher foi imposto em áreas estratégicas da capital, e o governo apelou para que a população cessasse atos de violência. O Ministério da Saúde incentivou doações de sangue para ajudar os feridos.
Impacto social e político
O Nepal enfrenta sua pior crise desde o fim da monarquia em 2008. A insatisfação popular é alimentada pela falta de empregos e pela corrupção endêmica. Muitos jovens têm deixado o país em busca de melhores oportunidades no exterior, o que intensifica a frustração da população que permanece.