Rússia e Belarus iniciaram nesta sexta-feira, 12 de setembro, os exercícios militares conjuntos “Zapad-2025” (“Ocidente-2025”), que se estenderão até o dia 16. A manobra ocorre em um momento de crescente tensão na fronteira com a Polônia, intensificada por recentes incidentes envolvendo drones e acusações mútuas.
Os exercícios incluem o “planejamento do uso de armas nucleares táticas”, conforme informou o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin. A Rússia implantou armas nucleares táticas em território bielorrusso desde 2023, e um tratado de segurança entre os países estabelece que a Rússia defenderá Belarus, inclusive com armas nucleares, em caso de ameaça.
Apesar de a maior parte das manobras ocorrer na região de Minsk, distante da fronteira com a OTAN, alguns exercícios serão realizados próximos à Polônia e à Lituânia. Em resposta, a Polônia anunciou o envio de 40 mil soldados para a fronteira.
“Soldados poloneses e da OTAN são necessários para uma resposta adequada aos exercícios ‘Oeste-2025’. Os militares poloneses estão se preparando para isso. Nos próximos dias, haverá cerca de 40 mil de nossos soldados na fronteira”, declarou o vice-ministro da Defesa Nacional da Polônia, Cezary Tomczyk.
O chefe do Estado-Maior General de Belarus, Pavel Muraveyko, afirmou que as Forças Armadas bielorrussas monitoram a atividade militar perto das fronteiras e estão prontas para responder a quaisquer provocações. “Gostaria de enfatizar mais uma vez que não estamos ameaçando terceiros países”, disse Muraveyko.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou que as manobras representem uma ameaça aos países europeus. “Quero lembrar as palavras do nosso presidente: a Rússia nunca ameaçou ninguém e não ameaça os países da Europa”, afirmou Peskov, atribuindo a tensão à “posição hostil em relação à Rússia” por parte da Europa Ocidental.
A tensão entre Rússia e Polônia aumentou após um incidente recente envolvendo supostos drones russos abatidos em território polonês. O incidente, classificado pelos militares poloneses como um “ato de agressão”, intensificou as preocupações e o monitoramento na região.