Brasil enfrenta pilhagem cultural por empresas de IA

Professor de Cambridge alerta sobre o impacto da inteligência artificial na cultura brasileira

Professor alerta sobre a pilhagem cultural que empresas de IA promovem no Brasil, usando obras sem autorização.

Hugo Leal, pesquisador no Centro Minderoo para Tecnologia e Democracia da Universidade de Cambridge, aponta que o Brasil enfrenta uma severa pilhagem cultural por parte de empresas de inteligência artificial. Essas empresas têm usado obras de artistas brasileiros renomados sem autorização, configurando um problema sério para a cultura nacional.

O que caracteriza a pilhagem cultural

Leal afirma que a prática de mineração de dados por ferramentas de IA é uma forma de exploração, onde obras de autores como Clarice Lispector e Chico Buarque são utilizadas sem pagamento. Ele menciona que empresas como Meta, Anthropic e Microsoft têm se valido de cópias piratas para treinar seus modelos de linguagem, o que representa uma grave violação dos direitos autorais.

A necessidade de regulação

O professor ressalta que o Brasil deve buscar uma posição de vanguarda na regulação da inteligência artificial. Ele acredita que o país pode optar por se tornar um mero fornecedor de dados e trabalho para essas empresas ou lutar para proteger sua rica cultura. Leal defende a necessidade de garantir a transparência sobre os dados usados por essas ferramentas e a remuneração justa para os criadores.

O impacto da falta de regulação

A falta de uma estrutura regulatória eficaz pode levar a um cenário em que a cultura brasileira seja tratada como mera matéria-prima, prejudicando não apenas os artistas, mas também a qualidade da produção cultural. Leal alerta que a história mostra que a regulação tardia é difícil de implementar, e o Brasil precisa agir rapidamente para evitar que sua cultura seja desvalorizada por práticas desleais.

Caminhos a seguir

A discussão sobre a regulação da IA ainda está aberta, mas Leal enfatiza que as oportunidades devem ser aproveitadas de forma responsável. A interação entre tecnologia e cultura deve buscar a cooperação, não a substituição. O professor conclui que o futuro da cultura brasileira deve ser moldado por acordos que respeitem os direitos autorais e promovam a justiça no setor.

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