A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu positivamente no cenário internacional. Paulo Borba Casella, professor de Direito Internacional Público da USP, avalia que a decisão demonstra a firmeza democrática do Brasil. A repercussão é vista como um sinal de que as instituições brasileiras estão funcionando de forma adequada.
Casella enfatiza que o processo de julgamento respeitou o devido processo legal, com ampla defesa e assistência jurídica aos acusados. “O Brasil deu uma lição de maturidade institucional, de respeito ao Estado Democrático de Direito”, afirmou em entrevista ao *Conexão BdF* da Rádio Brasil de Fato. Ele ressalta que o país tem demonstrado uma postura ponderada e profissional diante dos desafios.
O professor também comentou sobre as possíveis reações do governo de Donald Trump, que ameaçou impor sanções contra ministros do STF. Casella descreve as ações de Trump como imprevisíveis, não razoáveis e motivadas por questões políticas e ideológicas. Ele alertou que o Brasil pode enfrentar novas tarifas e sanções, a exemplo do que ocorreu com a Índia.
Quanto às declarações de autoridades estadunidenses sobre o uso de força militar, Casella minimiza a possibilidade, considerando-as descabidas. No entanto, ele defende que a “perseguição política por conta do julgamento dos autores do golpe” seja levada à Organização das Nações Unidas (ONU). A busca por apoio internacional pode ser importante para o Brasil.
Por fim, Casella criticou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior, que tem trabalhado contra os interesses do país. “É vergonhoso que um deputado brasileiro esteja no exterior trabalhando contra o interesse nacional”, declarou. Ele mencionou que tal conduta poderia ser considerada traição à pátria e resultar em punições severas.