Inflação impacta vendas de brinquedos a um mês do Dia das Crianças

Setor enfrenta desafios devido ao aumento de preços e consumo cauteloso

A inflação preocupa o setor de brinquedos a um mês do Dia das Crianças, com vendas previstas em queda.

Há cerca de um mês para o Dia das Crianças, a alta da inflação preocupa o setor de brinquedos, dizem especialistas no setor de varejo. O aumento da inflação cria a diminuição do poder de consumo e pode fazer com que alguns pais ou responsáveis “segurem a mão” na hora de comprar presentes para celebrar a data.

Desafios do setor de brinquedos

De acordo com Ulysses Reis, especialista em varejo da Strong Business School e professor da FGV, a inflação, a taxa de juros e o desemprego afetam negativamente o varejo na semana da criança. Ele observa que, embora a maioria dos pais compre presentes, eles tendem a optar por opções mais baratas. Isso resulta em uma menor oferta de brinquedos e um comportamento mais cauteloso nas compras, com uma preferência por evitar o uso de cartão de crédito.

Impacto da inflação nas vendas

Os dados do IBGE indicam que as vendas no comércio varejista registraram queda pelo quarto mês consecutivo, com uma diminuição de 0,3% em julho em comparação ao mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que o item “despesas pessoais”, que inclui brinquedos, teve alta de 0,40% em agosto. Apesar disso, a categoria de brinquedos e artigos de uso pessoal cresceu 1,5% em relação ao ano passado, sinalizando uma possível recuperação no setor.

O que está em jogo para o Dia das Crianças

Synésio Costa, presidente da Abrinq, afirma que, mesmo em tempos difíceis, as crianças não ficarão sem brinquedos, com a expectativa de que a semana da criança represente cerca de 35% das vendas anuais. O setor projeta um crescimento de 3,5% a 5% em 2025, com faturamento próximo a R$ 12 bilhões. Porém, Reis alerta que a migração de consumo pode levar os pais a escolherem brinquedos mais baratos, e não os produtos de maior valor, como smartphones.

O futuro do e-commerce e varejo físico

O e-commerce brasileiro superou R$ 1 bilhão de faturamento entre pequenas e médias empresas no primeiro trimestre de 2025. A expectativa é que o faturamento do comércio eletrônico cresça cerca de 10% em 2025. A taxação das importações tem pressionado os preços, levando os consumidores a preferirem compras em lojas físicas, especialmente para itens direcionados a crianças, que podem ser perigosos sem supervisão. A evolução das tendências de consumo também pode impactar as compras para o Dia das Crianças, que não se limitam apenas a brinquedos, mas incluem eletrônicos e roupas.
As vendas do Dia das Crianças são observadas como um termômetro para o Natal, influenciando as compras dos varejistas e a oferta de produtos. Caso as vendas não sejam satisfatórias, os comerciantes podem optar por comprar menos produtos ou focar em itens mais baratos.

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