Operação no Qatar teve resistência interna à execução
Mossad se opôs a ataque aéreo contra líderes do Hamas no Qatar, por temor a prejuízos diplomáticos.
A agência de inteligência de Israel, Mossad, se recusou a executar um plano de ataque terrestre contra líderes do Hamas que estavam em Qatar. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu decidiu, então, realizar um ataque aéreo sem o aval da Mossad, o que resultou em críticas e debates sobre a eficácia e a ética da ação.
A decisão da Mossad
A Mossad havia elaborado um plano para assassinar líderes do Hamas, mas o diretor David Barnea se opôs à execução da operação. Ele acreditava que o ataque poderia deteriorar as relações com o Qatar, que mediava negociações de cessar-fogo. Essa decisão da Mossad refletiu uma oposição mais ampla entre as autoridades de segurança israelenses ao ataque programado por Netanyahu.
A execução do ataque aéreo
Sem a participação da Mossad, Israel lançou um ataque aéreo com 15 caças e 10 mísseis. O Hamas relatou que o ataque não conseguiu atingir altos funcionários, resultando na morte de parentes e assessores. As autoridades israelenses não comentaram sobre o resultado do ataque, e a operação foi considerada um fracasso em capturar os alvos desejados.
Implicações diplomáticas
O ataque aéreo gerou uma tempestade diplomática, com o Qatar condenando publicamente a ação como “terrorismo de Estado”. Netanyahu, por sua vez, acusou o Qatar de abrigar terroristas, mas as relações entre os dois países têm sido complexas. O Qatar já desempenhou um papel mediador em conflitos anteriores e é visto por Israel como um parceiro estratégico.
A reação de Netanyahu e o futuro das negociações
Analistas sugerem que Netanyahu pode ter decidido atacar o Qatar para sabotar uma proposta de paz que não lhe agradava ou para distanciar-se de um aliado que seus críticos consideram muito próximo. A Mossad continua acreditando que o Qatar pode ser um mediador viável nas negociações com o Hamas, e a situação permanece tensa.
O futuro das negociações e a possibilidade de um cessar-fogo ainda são incertos, enquanto o governo israelense enfrenta críticas internas e externas sobre sua estratégia militar.