Entrevista com Raissa Florence, da Oz Câmbio
A alta do IOF no câmbio gera incertezas para empresas e investidores, afetando custos e estratégias de operação.
A alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no câmbio, que triplicou nos últimos anos, tem gerado incertezas para empresas e investidores. Em entrevista, Raissa Florence, da Oz Câmbio, explica como essa elevação impacta as operações cambiais e as estratégias que podem ser adotadas para mitigar riscos. A triplicação da alíquota, que passou de 0,38% em 2017 para 3,5% atualmente, encarece as transações internacionais e afeta a margem de lucro das empresas. Além disso, a instabilidade política e fiscal do Brasil tem levado muitas empresas a buscar proteção fora do país.
Impactos da alta do IOF no mercado de câmbio
Raissa Florence destaca que o aumento do IOF trouxe complicações para as operações de câmbio, onerando não apenas as empresas, mas também pessoas físicas. O governo brasileiro espera arrecadar mais de R$ 10 bilhões com essa medida, o que representa 80% do valor esperado do câmbio. Esse encarecimento pode ser repassado aos preços finais, impactando o consumidor. A instabilidade política intensifica a insegurança dos investidores, levando-os a buscar alternativas como a abertura de filiais no exterior.
Estratégias para mitigar riscos cambiais
Diante da volatilidade, Florence recomenda que as empresas adotem uma estratégia de câmbio, utilizando mecanismos de hedge e realizando operações recorrentes para diluir riscos. Outra alternativa é abrir filiais fora do Brasil, permitindo operar diretamente em dólar. A digitalização também é um caminho promissor, com a Oz Câmbio liderando o modelo de “FX as a service”, que oferece soluções mais transparentes e eficazes para pagamentos internacionais.
O futuro do câmbio no Brasil
A instabilidade atual já causou mudanças significativas no mercado, com empresas antecipando operações diante do aumento das tarifas de importação. No entanto, a digitalização e a busca por taxas claras são tendências que podem trazer mais previsibilidade no futuro. Florence conclui que a digitalização é essencial para simplificar processos e garantir maior segurança nas operações internacionais.
A situação atual exige que empresas e investidores estejam atentos e preparados para os desafios impostos pela alta do IOF e pela instabilidade econômica.