Mudanças políticas em meio a protestos no país
O presidente do Nepal dissolve o Parlamento e convoca eleições após protestos.
O presidente do Nepal, Ramchandra Paudel, dissolveu o Parlamento do país e convocou novas eleições para março de 2026 nesta sexta-feira (12) após uma semana de protestos violentos que derrubaram o governo do ex-premiê K. P. Sharma Oli. A juíza Sushila Karki foi nomeada como primeira-ministra interina, atendendo a uma exigência dos manifestantes que foram às ruas da capital, Katmandu, para protestar contra um bloqueio de redes sociais.
Contexto dos protestos no Nepal
Os protestos começaram em resposta a uma campanha online contra a ostentação de riqueza dos filhos de políticos e rapidamente se transformaram em um movimento exigindo mudanças mais amplas, como o fim da corrupção e melhorias nas condições de vida da juventude nepalesa. Mesmo após o recuo de Sharma Oli, a insatisfação popular resultou em atos de violência, incluindo incêndios em prédios públicos e residências de políticos.
A nova liderança e seus desafios
Com a escolha de Karki, o Nepal se torna o primeiro país na região a ter uma mulher na posição de primeira-ministra. A decisão de convocar novas eleições foi feita após negociações entre líderes dos manifestantes e o comandante das Forças Armadas do Nepal, que assumiu o controle das ruas para restaurar a ordem. A crise atual é a pior em décadas, com uma onda de violência que resultou em 49 manifestantes e três policiais mortos, além de mais de 1.300 feridos.
Reações e implicações regionais
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, parabenizou Sushila Karki em uma nota, reafirmando o compromisso da Índia com a paz e o progresso do Nepal. A instabilidade política no Nepal, situado entre a Índia e a China, levanta preocupações sobre o futuro do país, que já enfrenta desafios econômicos significativos, com uma taxa de desemprego de 12,6% e uma dependência de remessas do exterior que representa 26% do PIB.
Com a convocação das novas eleições, o Nepal agora se prepara para um período de transição política, enquanto os cidadãos aguardam por mudanças significativas e duradouras.