O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado em 2 de abril, foi criado para ampliar o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e destacar a necessidade do diagnóstico precoce.
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e pode envolver comportamentos repetitivos ou restritos. Segundo a neuropsicóloga Nárrina Ramos, os sinais mais comuns incluem baixa responsividade social e rigidez comportamental. Já a psicóloga Laís Rodrigues ressalta que os sintomas variam em intensidade e forma de manifestação, dependendo do ambiente em que a pessoa está inserida.
Causas do TEA
As causas do transtorno do espectro autista ainda não são completamente compreendidas, mas estudos apontam uma forte influência genética. De acordo com o manual MSD, pais que já possuem um filho autista têm de 3% a 10% de chance de ter outro com o transtorno. Além disso, condições como síndrome do X frágil, esclerose tuberosa e síndrome de Down podem estar associadas ao TEA.
Sinais do autismo na infância
Os primeiros indícios do TEA costumam aparecer ainda na infância. Entre os sinais mais comuns, destacam-se:
✅ Dificuldade ou ausência de contato visual;
✅ Atraso no desenvolvimento da fala ou ausência total dela;
✅ Falta de resposta ao ouvir o próprio nome;
✅ Movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou as mãos;
✅ Agressividade em situações de estresse ou dificuldades na comunicação.
Os níveis do autismo e a necessidade de suporte
O TEA é classificado em três níveis, conforme a necessidade de suporte do indivíduo:
🔹 Nível 1: Autistas que necessitam de pouco suporte para realizar atividades diárias.
🔹 Nível 2: Pessoas que precisam de um nível moderado de suporte, incluindo terapias e adaptações.
🔹 Nível 3: Indivíduos com maior dependência, podendo necessitar de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) para interagir.
Apesar dessa classificação, Laís Rodrigues destaca que o autismo é um espectro, e uma mesma pessoa pode apresentar comportamentos variados dependendo do contexto.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do TEA envolve a observação clínica e a análise da história de vida da pessoa. Segundo Nárrina Ramos, o processo é baseado na avaliação dos prejuízos nas interações sociais, comportamentos repetitivos e padrões atípicos de aprendizagem.
O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir psicólogos, terapeutas ocupacionais e neurologistas. O acompanhamento especializado é essencial para garantir que a pessoa autista receba o suporte adequado e desenvolva suas habilidades respeitando suas particularidades.