Presidente exige resposta à “ingerência americana” sobre deputada trans
O presidente Lula defendeu com firmeza a deputada Erika Hilton e cobrou uma resposta institucional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal contra a atuação da embaixada dos Estados Unidos, que questionou a identidade de gênero da parlamentar ao negar um visto com base em registros antigos.
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente foi direto:
“Quem tem o direito de discutir o que essa mulher é, é o Brasil e é ela, sobretudo. É a ciência. Não é o decreto do Trump.”
A fala foi feita diante de parlamentares mulheres, a quem Lula também instigou:
“É importante que vocês aprendam a ficar inquietas também.”
Protesto formal e respeito à soberania
Lula propôs ações concretas, como uma manifestação oficial do Congresso Nacional brasileiro ao Congresso norte-americano:
“Tem que ter um protesto da Câmara dos Deputados brasileira para a Câmara dos Deputados americana, tem que ter uma carta para o Senado americano.”
Para o presidente, não se trata de um embate diplomático, mas de respeito à soberania e à dignidade de uma representante eleita.
“Nós não vamos fazer isso com uma americana que queira vir para cá. A gente vai apenas autorizar ou não o visto. O que não pode é tentar mudar o que a pessoa é.”
Embaixada americana confirma restrições
Em nota oficial, a embaixada dos EUA no Brasil confirmou que os registros de visto são confidenciais e que só reconhece os sexos masculino e feminino como imutáveis desde o nascimento, o que gerou indignação entre representantes dos direitos humanos no Brasil.
Erika Hilton: “Não estamos abandonadas”
Após a cerimônia, Erika Hilton elogiou o posicionamento do presidente:
“Mostra que as mulheres trans não estão abandonadas e isoladas.”
A deputada reforçou que aguarda a posição formal do Itamaraty, mas se disse esperançosa:
“O governo brasileiro irá se manifestar.”
Ela também celebrou a inclusão das mulheres trans e travestis nas pautas de proteção às mulheres, destacando a importância do discurso de Lula:
“Vamos continuar defendendo todas as mulheres – as trabalhadoras, nas redes sociais, no campo, indígenas e também as mulheres transexuais e travestis.”
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