Fraude em Ponta Grossa; servidora é afastada por forjar ponto e desviar R$ 19 mil da saúde pública

Esquema fraudulento foi descoberto pela própria Prefeitura de Ponta Grossa

Uma servidora é afastada por forjar ponto e desviar mais de R$ 19 mil da Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. O golpe foi descoberto após sindicância da própria prefeitura, que identificou manipulações indevidas no controle eletrônico de jornada.

Segundo o delegado Derick Moura Jorge, a funcionária, de 36 anos, atuava no Departamento de Recursos Humanos e fraudava sistematicamente o próprio ponto eletrônico, gerando pagamentos ilegais de horas extras e sobreaviso.

Servidora usava acesso privilegiado no sistema

Admitida em 2013 como Técnica Administrativa, a investigada passou a ter acesso irrestrito aos sistemas de controle de frequência a partir de 2022. Entre outubro daquele ano e abril de 2025, a servidora é afastada por forjar ponto, excluindo registros de intervalo de almoço e simulando permanência no trabalho além do horário.

“A fraude consistia na alteração sistemática e não autorizada do sistema. Ela mesma modificava seus horários para obter vantagens financeiras”, detalha o delegado.

R$ 19 mil em horas que nunca existiram

A apuração apontou que a servidora desviou R$ 19,1 mil em valores indevidos. A fraude incluía:
• Inclusão de horas extras que não foram trabalhadas;
• Registro falso de sobreaviso, mesmo atuando em funções administrativas;
• Exclusão de intervalos para gerar pagamento de horas intrajornada.

Após a conclusão da sindicância, a funcionária foi realocada e perdeu o acesso a qualquer sistema informatizado. A Procuradoria Trabalhista já trabalha para pedir a demissão por justa causa.

Três crimes e bens bloqueados

Além de ser afastada por forjar ponto, a servidora foi indiciada por três crimes:
• Inserção de dados falsos em sistema (pena de 2 a 12 anos);
• Alteração não autorizada de sistema (3 meses a 2 anos);
• Peculato (2 a 12 anos de prisão).

A Polícia Civil bloqueou valores em contas bancárias e restringiu a venda de bens da investigada, como forma de recuperar o prejuízo aos cofres públicos.

Servidora usava a própria matrícula para fraudar sistema

A Polícia Civil explica que todos os acessos foram registrados digitalmente. A investigada usava sua matrícula funcional para alterar a jornada de trabalho no sistema, o que permitiu documentar cada fraude com data, hora e tipo de modificação.

Medidas cautelares já foram aplicadas, incluindo a proibição total de acesso a qualquer sistema relacionado ao controle de ponto ou pagamentos da prefeitura.

A servidora é afastada por forjar ponto e responderá agora a um processo judicial, podendo ser condenada a até 12 anos de prisão. O caso segue sob análise do Ministério Público. O nome da investigada não foi divulgado.

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