Após a operação de busca e apreensão na residência de Jair Bolsonaro e a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, as investigações sobre a suposta campanha para obstruir a Justiça seguem em ritmo acelerado. A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) intensificam seus trabalhos, buscando elucidar o caso e responsabilizar os envolvidos.
O STF, em plenário virtual, está avaliando a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou as medidas cautelares contra o ex-presidente. A Primeira Turma da Corte já formou maioria para referendar a decisão, cujo julgamento será finalizado nesta segunda-feira (21/7). Paralelamente, a Polícia Federal analisa minuciosamente o material apreendido na casa e no escritório de Bolsonaro.
Moraes justificou as medidas cautelares, ressaltando o “grave risco de dano de difícil reparação” devido aos indícios de crimes contra a soberania nacional e a independência do Poder Judiciário. Segundo o ministro, Bolsonaro teria utilizado falas, ações e postagens em redes sociais para obstruir o andamento de uma ação penal.
Diante desse cenário, Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição do uso de redes sociais, alegando “grave risco de fuga” do ex-presidente. O descumprimento de qualquer uma dessas medidas pode resultar na prisão de Bolsonaro.
A Polícia Federal, em sua petição, defendeu a necessidade da busca e apreensão para aprofundar a coleta de “elementos contemporâneos aos fatos apurados”, buscando reforçar o elo entre Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro nas supostas ações de coação, obstrução e atentado à soberania do Brasil. Foi apreendido um celular, um pen drive achado no banheiro, documentos e outros materiais que serão periciados. Bolsonaro negou a posse do pen drive e sugeriu que ele possa ter sido plantado pela PF.
Além disso, Bolsonaro deverá prestar esclarecimentos sobre a origem de US$ 14 mil em espécie encontrados em sua residência. As investigações em curso buscam determinar se os investigados atuaram para obstruir e interferir no andamento de processos no STF. O descumprimento das cautelares impostas a Bolsonaro pode levá-lo à prisão.
Fonte: http://www.metropoles.com