Brasil Busca Reverter Tarifa Imposta por Trump com Diálogo e Plano de Ação

O governo brasileiro intensificou o diálogo com os Estados Unidos na tentativa de reverter a nova taxação de 50% sobre produtos brasileiros, imposta pelo governo de Donald Trump e prevista para iniciar em 1º de agosto. Essa medida se soma à tarifa de 10% já aplicada em abril, elevando a preocupação do setor produtivo nacional.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que, além da negociação diplomática, uma série de medidas está sendo preparada em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE). O objetivo é apresentar ao presidente Lula um leque de opções para mitigar os impactos do “tarifaço”, caso a imposição se concretize.

“O papel técnico está feito, a decisão política não está tomada porque cabe a ele [Lula] ouvir os seus colaboradores”, declarou Haddad, sinalizando que o presidente deverá analisar o cenário e escolher as ações mais adequadas para defender os interesses do país. Nas últimas semanas, o governo tem se reunido com representantes de diversos setores para buscar alternativas e estratégias de negociação.

Enquanto isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou que houve conversas com o secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, demonstrando que os canais de comunicação permanecem abertos. Haddad enfatizou que o Brasil não provocou a crise, mas está empenhado em encontrar uma solução, contando inclusive com a mobilização de empresas brasileiras nos Estados Unidos, que buscam apoio jurídico para honrar seus contratos.

Haddad fez um apelo, acusando a família do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores de dificultarem as negociações com a Casa Branca. Segundo ele, a taxação seria motivada pela interferência desses grupos e por preocupações norte-americanas com o sistema Pix. “Essas pessoas deveriam se mobilizar junto ao Bolsonaro para que parem de militar contra o Brasil, porque eles estão prejudicando o Brasil”, afirmou o ministro, pedindo que se afastem para não impedir o avanço das tratativas.

Em paralelo, o setor de mineração brasileiro busca um acordo de cooperação com os EUA, visando um tratamento diferenciado nas relações comerciais. Já o presidente Lula assegurou que o país protegerá seus recursos minerais, garantindo que “ninguém põe a mão, este país é do povo brasileiro”.

O governo aposta também na sensibilização da população americana, alertando que as tarifas podem elevar os preços de produtos como café, suco de laranja, frutas e carne. Abrão Neto, presidente da Câmara de Comércio Americana (Amcham Brasil), exemplificou que até mesmo o Big Mac poderia ficar mais caro nos EUA devido à dependência da carne brasileira.

Em resposta à iminência das tarifas, governadores de diversos estados, como São Paulo, Goiás e Rio Grande do Sul, já anunciaram linhas de crédito para auxiliar as empresas exportadoras. Outros estados, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, estudam medidas de apoio aos setores afetados.

Fonte: http://www.metropoles.com

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