O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia hoje sua reunião para definir a taxa Selic, que vigorará pelos próximos 45 dias. A expectativa geral do mercado é de que a taxa básica de juros seja mantida em 15% ao ano. Essa decisão marcaria o fim do ciclo de aperto monetário iniciado em setembro do ano passado, um período de sucessivos aumentos na Selic.
Embora a manutenção da taxa pareça ser o consenso, a divergência se mantém em relação ao momento em que o Copom iniciará o ciclo de cortes. As projeções variam amplamente, desde o final deste ano até o primeiro trimestre de 2026, refletindo a incerteza sobre a trajetória da inflação e o desempenho da economia brasileira.
Na última reunião, em junho, o Copom elevou a Selic para 15%, o patamar mais alto em quase 20 anos. A justificativa foi a resiliência da economia, que dificulta a convergência da inflação à meta estabelecida pelo governo. Essa decisão unânime sinalizou a preocupação do Banco Central em conter a pressão inflacionária.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Ao elevar os juros, o objetivo é desaquecer a economia, tornando o crédito mais caro e reduzindo o consumo e os investimentos. As projeções atuais indicam que a taxa de juros não deve retornar a um patamar de dois dígitos durante o governo Lula e a gestão de Galípolo no Banco Central.
“Grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir”, avaliou o comitê na ata da última reunião. O Copom ressaltou que, mesmo com o ciclo de altas iniciado em setembro do ano passado, os efeitos do aperto monetário ainda serão sentidos. A autoridade monetária enfatizou que a taxa de juros deve permanecer em um nível restritivo por um período prolongado.
Analistas divergem sobre o futuro da Selic. Leonardo Costa, economista da ASA, espera que o Copom reforce a necessidade de manter os juros altos por um período prolongado. Já a Warren Investimentos acredita que o foco estará no tom da mensagem do Copom, e que alguma forma de *forward guidance* pode ser útil.
Outros especialistas, como André Valério, economista sênior do Inter, preveem que o Copom não dará indícios sobre quando iniciará o ciclo de cortes. O C6 Bank, por sua vez, acredita que a Selic permanecerá em 15% ao ano por um período prolongado, possivelmente até o final do próximo ano, indicando que o BC pretende manter a taxa estável por cerca de 12 meses.
Em resumo, a expectativa é de que o Copom mantenha a Selic em 15%, sinalizando uma pausa no ciclo de altas. No entanto, o futuro da política monetária permanece incerto, com diversas projeções sobre quando o Banco Central iniciará o ciclo de cortes nos juros. O mercado aguarda atentamente o comunicado do Copom para obter mais pistas sobre os próximos passos da política monetária brasileira.
Fonte: http://www.metropoles.com