A revista britânica The Economist criticou duramente as sanções impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao judiciário brasileiro, classificando a ação como um “ataque sem precedentes”. Em um editorial publicado, a revista argumenta que Trump estaria sancionando juízes ligados ao processo contra Jair Bolsonaro, seu aliado político, numa tentativa de interferir na justiça brasileira.
A publicação questiona a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa lei, utilizada para punir autoridades estrangeiras por graves violações de direitos humanos, já foi empregada contra figuras como “generais genocidas birmaneses e autoridades russas que assassinaram dissidentes políticos”, contrastando drasticamente com a atuação de Moraes.
“Moraes não fez nada parecido”, afirma a Economist, ressaltando que sua ação mais notável é liderar o processo contra Jair Bolsonaro, acusado de planejar um golpe para anular as eleições de 2022. A revista também aborda o inquérito das Fake News, conduzido por Moraes, reconhecendo seu caráter “controverso” e a ausência de uma definição legal de desinformação no Brasil.
Contudo, a Economist ressalta que as ações de Moraes estão amparadas na Constituição brasileira, uma das mais extensas do mundo. A revista adverte que a estratégia de Trump, endossada por figuras como Marco Rubio e Scott Bessent, pode ser contraproducente.
“Lula agora enquadra o clã Bolsonaro como ‘traidor’. A maioria dos brasileiros concorda. Moraes, acostumado a receber ameaças de morte, é difícil de intimidar”, conclui a Economist, indicando que a tentativa de pressionar o magistrado pode surtir o efeito oposto ao desejado.
Fonte: http://www.metropoles.com