Obstrução no Congresso: Direita Radicaliza Após Prisão Domiciliar de Bolsonaro

O Congresso Nacional foi palco de intensos protestos e obstrução por parte da oposição de direita, desencadeados pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de decretar prisão domiciliar para o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação, que se estendeu por mais de 24 horas, envolveu desde a ocupação dos plenários da Câmara e do Senado até um senador acorrentado à Mesa Diretora. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, buscaram contornar a crise através de negociações e manobras regimentais.

A obstrução teve como foco a pressão pela votação do chamado “pacote da paz”, proposto pelo senador Flávio Bolsonaro. O pacote inclui um projeto de lei de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes e uma proposta de emenda constitucional (PEC) que visa extinguir o foro privilegiado. A oposição intensificou a mobilização, revezando-se na ocupação dos plenários e utilizando estratégias como fitas na boca, em um claro sinal de protesto contra a prisão de Bolsonaro.

Diante do impasse, Motta e Alcolumbre reagiram com medidas para restabelecer a ordem e garantir o andamento dos trabalhos legislativos. Alcolumbre optou por convocar uma sessão online, buscando driblar a ocupação física do Senado. Já Motta ameaçou suspender os deputados que persistissem na obstrução, demonstrando a tensão crescente entre governo e oposição. Após intensas negociações, Motta conseguiu abrir a sessão da Câmara, em um gesto que simbolizou a retomada dos trabalhos legislativos, apesar dos protestos e gritos que marcaram o início da sessão.

“Peço que deixem a Mesa trabalhar”, declarou Motta durante a sessão, apelando ao respeito à institucionalidade e à priorização dos interesses do país. Nos bastidores, partidos do Centrão articularam para convencer a oposição a desocupar o plenário, sinalizando apoio ao avanço de projetos de interesse da oposição, como a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e o fim do foro privilegiado.

Enquanto isso, no Senado, o senador Magno Malta radicalizou o protesto, acorrentando-se à Mesa Diretora e prometendo permanecer no local até que o “pacote da paz” fosse votado. Paralelamente aos protestos, a obstrução também teve momentos inusitados, como o registro de parlamentares tomando café e pão de queijo, além da presença de um bebê no plenário, o que gerou controvérsia e acionamento do Conselho Tutelar.

Fonte: http://www.metropoles.com

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