A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os desvios bilionários no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) intensificou seus trabalhos. A comissão aprovou uma série de convites e convocações para ex-ministros da Previdência, ex-presidentes do INSS, lobistas e outros envolvidos em supostos esquemas de fraude. A expectativa é que os depoimentos ajudem a elucidar o alcance e a natureza das irregularidades.
Um acordo entre governistas e oposição definiu que ministros serão convidados, e não convocados. Essa distinção garante que seu comparecimento seja opcional. Essa medida visa a diminuir a tensão política em torno das investigações. A CPMI pretende apurar possíveis irregularidades em governos de diferentes espectros políticos, desde Dilma Rousseff a Luiz Inácio Lula da Silva.
A lista de nomes a serem ouvidos inclui figuras importantes de diferentes gestões. Entre eles, estão o ex-ministro Carlos Eduardo Gabas, da gestão Dilma, e Marcelo Abi-Ramia, ex-secretário da Previdência no governo Temer. Onyx Lorenzoni e José Carlos Oliveira, que comandaram o ministério no governo Bolsonaro, também foram convidados a depor. Carlos Lupi, ex-ministro de Lula, e o atual ministro, Wolney Queiroz, também estão na mira da CPMI.
Além dos ex-ministros, a CPMI mira nos ex-presidentes do INSS, servidores e diretores ligados aos benefícios. Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores do esquema, foi convocado. O empresário Maurício Camisotti, suspeito de ser um dos beneficiários das fraudes, também terá que prestar esclarecimentos.
O presidente da CPMI, Carlos Viana, afirmou que, até o momento, não há previsão para a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula. Viana ressaltou que a comissão irá convocar apenas pessoas com “nexo causal” com os desvios no INSS. A comissão, no entanto, aprovou a convocação de outros dirigentes do Sindnapi e da Contag. O advogado Eli Cohen, precursor das denúncias sobre os desvios, será o primeiro a ser ouvido pela CPMI.
Fonte: http://www.metropoles.com