Grito dos Excluídos e Movimento pela Soberania Unem Forças em Ato no 7 de Setembro em João Pessoa

João Pessoa se prepara para um 7 de Setembro marcado pela união de forças entre o 31º Grito dos Excluídos e o Movimento pela Soberania e Democracia. A manifestação, que promete ser um contraponto ao desfile cívico oficial, terá início às 9h no Parque da Lagoa, com saída programada para o meio-dia em direção à Avenida Beira Rio.

A iniciativa, segundo Romero Antônio, do Movimento pela Soberania e Democracia, busca transcender uma simples manifestação, configurando-se como uma forte mobilização política. “Estamos mobilizados – entidades, sindicatos, partidos e movimentos – para defender a soberania do país e enfrentar os ataques do imperialismo americano”, explicou Antônio, evidenciando o caráter combativo do ato.

Joana Gaviraghi, da organização do Grito, ressalta a importância do evento como um espaço de denúncia das injustiças sociais e de reafirmação da luta pela soberania e pela democracia. “O Grito nasceu das pastorais sociais e dos movimentos populares e, desde então, tem sido voz contra as injustiças e em defesa da soberania”, destacou, sublinhando a trajetória de resistência do movimento.

A defesa da soberania nacional, da democracia e da justiça social serão os pilares centrais do ato unificado. Romero Antônio enfatiza a prioridade da soberania neste momento: “Estamos defendendo o país, nossas riquezas, empregos e salários. Não abandonamos nenhuma outra luta, mas essa é a prioridade”, reforçou.

Gaviraghi alerta para as ameaças representadas pelo imperialismo e pela extrema direita, que, segundo ela, têm promovido ataques diretos à soberania nacional. A organização busca resgatar os símbolos nacionais, “Nosso dever é retomar a bandeira e o verde e amarelo para o povo, porque eles pertencem ao povo. Precisamos ir às ruas para defender a justiça social, a vida, a democracia e a soberania”, completou.

O ato também promoverá o debate sobre pautas do plebiscito popular, como o fim da escala 6×1, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos. Gaviraghi esclarece que estas pautas “não são apenas econômicas, mas de justiça social”, conectando o plebiscito à soberania popular.

Gleyson Melo, também da organização do Grito, recorda que o ato surgiu como um questionamento ao processo de independência tradicionalmente celebrado. Segundo ele, o Grito é um contraponto à “cena imortalizada nos livros de história” da declaração de independência de Dom Pedro, buscando denunciar a contínua exploração do país.

Melo expressa preocupação com a perda de autonomia nacional e a submissão a políticas externas, alertando para o avanço da extrema direita e os riscos à democracia. Ele mencionou os atos de 8 de janeiro como parte de um “roteiro golpista”, que visava desestabilizar o país e atentar contra a ordem democrática.

O lema deste ano, “Vida em primeiro lugar”, destaca a importância da defesa da democracia e da preservação do meio ambiente. Melo ressalta a emergência climática e a necessidade de responsabilizar os países mais ricos pela crise ambiental, destacando a importância da COP 30, que será sediada em Belém.

Além do caráter político, o ato contará com uma programação cultural diversificada, com a participação de grupos como Maracastelo, Pé de Elefante e Baque Mulher. Romero Antônio define o evento como “uma manifestação de resistência e de celebração cultural”, ressaltando o papel da cultura popular na luta pela soberania.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br

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