Ex-secretária teria usado cargo para matar cães resgatados em Canoas

Operação investiga esquema de abate irregular de animais na Secretaria de Bem-Estar Animal.

Ex-secretária teria usado cargo para matar cães resgatados em Canoas
Cães resgatados em Canoas.

Investigação revela um esquema de eutanásias irregulares em Canoas, envolvendo ex-secretária.

Uma operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, realizada nesta quinta-feira (4), investiga um suposto esquema de abate irregular de cães na Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre. As ordens de busca e apreensão foram cumpridas na secretaria e em outros cinco locais, revelando um cenário preocupante.

O que motivou a investigação sobre o abate irregular de cães

A investigação começou após denúncias feitas por servidores da própria Secretaria de Bem-Estar Animal. Eles relataram o desaparecimento de animais que haviam sido recolhidos e o número elevado de eutanásias realizadas. Segundo a delegada Luciane Bertolletti, foram registrados 239 casos de eutanásia em apenas oito meses, uma quantidade considerada alarmante. Esses animais eram posteriormente levados a uma universidade para incineração. Durante a operação, a polícia encontrou 14 cães mortos em um freezer, dentro de sacolas plásticas, o que levantou ainda mais suspeitas sobre a conduta dos responsáveis.

Quem é Paula Lopes e seu papel na investigação

O foco principal da investigação é Paula Lopes, que atuou como secretária de Bem-Estar Animal de Canoas entre janeiro e agosto deste ano, sendo exonerada no mês em que as investigações começaram. De acordo com as autoridades, Paula recolhia animais doentes da rua e fazia campanhas nas redes sociais para arrecadar dinheiro para os tratamentos. No entanto, após receber as doações, os animais desapareciam, levando a suspeitas de que os valores arrecadados estavam sendo desviados. Em sua residência, a polícia encontrou R$ 100 mil em dinheiro, reforçando a suspeita de estelionato.

Outros envolvidos na trama de maus-tratos

Além de Paula Lopes, uma médica veterinária e um homem que supostamente transportava os restos mortais dos cães também são alvos da investigação. A polícia apura ainda casos de maus-tratos a gatos que estavam trancados em um contêiner de forma irregular na secretaria. A situação levanta questões sobre a gestão da Secretaria de Bem-Estar Animal e a responsabilidade dos envolvidos na proteção dos animais.

A CNN busca contato com a defesa de Paula Lopes e com a Secretaria de Bem-Estar Animal para obter mais informações e possíveis manifestações sobre o caso. O espaço permanece aberto para comentários.

A gravidade das denúncias e os desdobramentos da operação podem impactar a confiança da população nas instituições responsáveis pelo cuidado e proteção dos animais, além de levantar discussões sobre a necessidade de maior fiscalização e transparência na gestão pública.

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