União Europeia proíbe esmaltes em gel com TPO

Mudanças nas manicures em salões europeus a partir da nova regulamentação

A União Europeia impôs a proibição do TPO, ingrediente comum em esmaltes em gel, visando a segurança dos consumidores.

A partir desta semana, salões de beleza na Europa deverão se adaptar a uma nova realidade: a proibição de esmaltes em gel que contenham um ingrediente químico conhecido como óxido de trimetilbenzoil difenilfosfina, ou TPO. Esta substância, que é essencial para que o esmalte endureça e mantenha sua durabilidade, não poderá mais ser utilizada nos 27 países membros da União Europeia (UE).

O TPO, que atua como um fotoiniciador, é amplamente utilizado no setor de beleza por suas qualidades que permitem que as unhas esmaltadas permaneçam intactas por longos períodos. No entanto, a Comissão Europeia determinou que o TPO é tóxico para a reprodução humana e não deve ser mais permitido em produtos cosméticos. Estudos que associaram o TPO a problemas de saúde foram realizados principalmente em roedores, e embora não tenha sido estabelecida uma ligação clara com riscos à saúde em humanos, a decisão reflete a abordagem cautelosa da UE em relação à regulamentação de produtos químicos.

O que motivou a proibição do TPO

A decisão da UE, que entrou em vigor em 1º de setembro, surge após a alteração de regulamentos que classificaram o TPO como uma substância proibida. Esta mudança se baseou na avaliação de que, embora não existam evidências conclusivas de que o TPO cause danos diretos em humanos, o potencial risco associado a sua utilização justifica a proibição.

Caroline Rainsford, diretora de ciência da Associação de Cosméticos, Artigos de Toalete e Perfumaria, comentou que a decisão foi baseada em um cenário de “pior caso” e que a quantidade de TPO utilizada em produtos para unhas é significativamente menor do que a relacionada a efeitos adversos observados em estudos. Apesar disso, especialistas alertam para a necessidade de cautela, especialmente considerando o uso repetido de produtos que contêm a substância.

“O potencial para que o ingrediente seja absorvido em nossos corpos é ainda menor”, disse Rainsford em um comunicado.

O Comitê Científico de Segurança do Consumidor da UE também afirmou que o TPO é considerado seguro em concentrações inferiores a 5% quando aplicado nas unhas. No entanto, a proibição do TPO reflete uma mudança de paradigma na regulamentação de cosméticos na Europa, onde a precaução é priorizada em relação ao risco à saúde pública.

Impacto nos salões e consumidores

A proibição do TPO está causando uma agitação significativa entre os salões de beleza na Europa. Empresas como a Gelbottle Inc., que fornece esmaltes para salões nos Estados Unidos, afirmaram que todos os produtos vendidos na UE são agora livres de TPO e em conformidade com os novos regulamentos. No entanto, salões que ainda possuem frascos que contêm TPO precisarão substituir esses estoques por fórmulas sem a substância proibida.

“Estamos ativamente fazendo a transição de todos os produtos para novas formulações sem TPO”, anunciou a Gelbottle Inc., prevendo que todos os seus itens estarão totalmente reformulados até setembro de 2026, em conformidade com os prazos regulatórios da Grã-Bretanha.

Alternativas e precauções

Embora a pesquisa sobre os impactos do TPO em humanos seja limitada, especialistas sugerem que os consumidores considerem alternativas livres da substância, uma vez que estão facilmente disponíveis no mercado. Além disso, as lâmpadas utilizadas para curar os esmaltes em gel, que emitem radiação UV, também suscitam preocupações sobre riscos à saúde, como a possibilidade de câncer de pele. Por isso, muitos especialistas recomendam a aplicação de protetor solar nas mãos antes de procedimentos de manicure.

À medida que mais dados sobre o TPO e seus efeitos se tornam disponíveis, a regulamentação na Europa poderá servir como um modelo para outras regiões, incluindo os Estados Unidos, que têm uma abordagem mais reativa à regulamentação de cosméticos. Enquanto isso, a proibição do TPO deverá incentivar a indústria a inovar e buscar fórmulas mais seguras para os consumidores.

EM ALTA

MAIS NOTÍCIAS!