Ação da Polícia Civil apura denúncias de maus-tratos e estelionato.
Mulher é suspeita de eutanasiar cães resgatados após usá-los para receber doações no RS.
A investigação sobre a eutanásia em cães na Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas, no Rio Grande do Sul, ganhou destaque após operações da Polícia Civil realizadas em 4 de setembro. As suspeitas surgiram a partir de denúncias que apontavam um número elevado de eutanásias, totalizando cerca de 240 em um período de apenas oito meses. Essa situação gerou preocupações sobre a legalidade e a ética do procedimento, que deve ser utilizado apenas em casos de saúde irreversível dos animais.
O que a investigação revelou
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos locais, incluindo a sede da Secretaria e a residência da ex-secretária Paula Lopes, que está no centro da investigação. Além disso, as autoridades também procuraram a casa de uma médica veterinária envolvida com a secretaria e a residência de um homem acusado de transportar os restos mortais dos animais.
A delegada Luciane Bertolletti, que lidera a investigação, declarou que as práticas observadas levantam sérias questões sobre a utilização de cães para a arrecadação de doações, seguidas pela execução da eutanásia. Os indícios de estelionato e maus-tratos a animais são graves, e a situação se complica ainda mais com a descoberta de R$ 100 mil em dinheiro na casa da ex-secretária, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro.
Reações do público e da Prefeitura
Paula Lopes se manifestou nas redes sociais, afirmando que as acusações são motivadas por sua atuação política e que seu verdadeiro objetivo sempre foi ajudar os animais. “Isso incomoda quem usa essa pauta”, disse ela, mencionando que pretende divulgar mais informações quando possível.
A Prefeitura de Canoas, por sua vez, expressou indignação diante das denúncias e reafirmou seu compromisso com o bem-estar dos animais, afirmando que está colaborando com as investigações e realizando uma apuração interna.
O que esperar a partir de agora
Com a continuidade das investigações, a população aguarda esclarecimentos sobre a situação e a possível responsabilização dos envolvidos. A Polícia Civil seguirá coletando evidências e testemunhos, enquanto a Prefeitura deve intensificar suas ações de transparência e apoio à causa animal.
A situação ressalta a importância da fiscalização em instituições que lidam com o bem-estar animal e a necessidade de medidas rigorosas para coibir práticas inadequadas que possam colocar a vida dos animais em risco. A sociedade civil também deve se mobilizar para garantir que denúncias como essa sejam tratadas com a seriedade que merecem.