Iniciativa oferece atendimento itinerante para crianças com TEA em situação de vulnerabilidade social.

Projeto piloto de atendimento itinerante para crianças com TEA é apresentado no Congresso Internacional de Autismos.
A experiência transformadora do projeto piloto
O projeto piloto apresentado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Campos Gerais (CimSaúde) no Congresso Internacional de Autismos do Brasil, realizado em Recife, traz uma proposta inovadora para o atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Denominado ‘Atendimentos Itinerantes para Crianças com TEA em Situação de Vulnerabilidade Social’, o projeto foi desenvolvido em Tibagi, onde já atendeu 26 crianças em distritos como São Bento, Caetano Mendes e Alto do Amparo. A iniciativa busca descentralizar o atendimento, garantindo que as crianças recebam cuidados de qualidade, mesmo em áreas remotas.
O que motivou a criação do projeto
A ideia central do projeto nasceu da necessidade de oferecer apoio a crianças com TEA que vivem em contextos de vulnerabilidade social. Segundo Luana Santos, neuropsicopedagoga e uma das responsáveis pela apresentação do projeto, a proposta visa unir esforços da gestão pública com práticas clínicas efetivas. “O objetivo é descentralizar os atendimentos e oferecer cuidados de forma itinerante, assegurando que as crianças recebam o suporte necessário em suas comunidades”, afirmou.
Impacto na comunidade de Tibagi
O secretário municipal de Saúde de Tibagi, Luiz Tadeu de Andrade Mercer, elogiou a iniciativa, destacando que o projeto proporciona atendimento humanizado e multiprofissional. Ele ressaltou a importância de evitar deslocamentos longos e desgastantes, que podem afetar o bem-estar das crianças, especialmente considerando as dificuldades sensoriais associadas ao autismo. Com a implementação do projeto, famílias que antes enfrentavam barreiras para acessar serviços de saúde agora têm a oportunidade de receber atendimento especializado em suas localidades.
“O projeto-piloto proporciona atendimento humanizado e multiprofissional mesmo em áreas descentralizadas”
Atendimentos e metodologias utilizadas
Entre as abordagens utilizadas no projeto estão a Avaliação e Intervenção, Atendimento Precoce e atendimento humanizado baseado em evidências. A metodologia prioriza atividades sensoriais e o contato com a natureza, permitindo que as crianças explorem diferentes materiais e texturas. Além disso, o projeto se preocupa em olhar para as famílias, especialmente as mães que enfrentam a rotina com filhos atípicos, buscando oferecer apoio e inclusão.
Perspectivas futuras e expansão do modelo
Luana acredita que a parceria entre CimSaúde e a Prefeitura de Tibagi é fundamental para o sucesso do projeto. “Essa colaboração demonstra que, quando unimos dedicação e compromisso social, conseguimos transformar realidades e ampliar o acesso a uma saúde mais justa e inclusiva”, destacou. O projeto não apenas representa um avanço no atendimento especializado, mas também serve como um modelo que pode ser replicado em outras regiões.
A apresentação no congresso teve como objetivo divulgar a metodologia aplicada e inspirar outras iniciativas semelhantes. Pâmella Costa, diretora do CimSaúde, enfatizou a importância da divulgação do projeto, ressaltando que ele atende a uma demanda expressa do presidente do consórcio, o prefeito de Arapoti, Irani Barros, para cuidar da população com TEA.
Com a continuidade do projeto e a possibilidade de replicação em outras áreas, o CimSaúde se posiciona como uma referência no atendimento a crianças com TEA, promovendo inclusão e qualidade de vida para famílias que anteriormente estavam à margem do acesso a esses serviços essenciais.