Apoio evangélico ao ex-presidente diminui diante de julgamento no STF
Apoio evangélico a Bolsonaro diminui com iminente julgamento no STF.
Pastores hesitam em apoiar Bolsonaro diante do julgamento
O apoio evangélico a Bolsonaro, que foi significativo durante suas campanhas em 2018 e 2022, parece estar diminuindo à medida que o ex-presidente enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal que pode levá-lo à condenação. Com a iminência do veredito, muitos pastores que anteriormente exaltavam sua figura agora se mostram cautelosos em suas declarações públicas.
O papel de Silas Malafaia no apoio a Bolsonaro
Silas Malafaia, um dos pastores mais vocalizados do evangelicalismo bolsonarista, ainda defende o ex-presidente com fervor. Ele tem financiado atos de apoio e criticado publicamente figuras como o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, mesmo Malafaia parece enfrentar um certo esgotamento em sua defesa do ex-mandatário, especialmente com a possibilidade de condenação sendo vista como inevitável por muitos líderes religiosos.
Dinâmica entre os líderes evangélicos
Nos bastidores, um grupo no WhatsApp conhecido como Aliança, que inclui pastores influentes como Renê Terra Nova e Estevam Hernandes, mostra um conteúdo cada vez mais limitado e focado em mensagens genéricas sobre liberdade de expressão. Esse fenômeno indica que o entusiasmo por mobilizações em defesa de Bolsonaro está se esvaindo. Um pastor, que preferiu permanecer anônimo, comparou a situação atual a uma tempestade, onde alguns líderes remam a favor do ex-presidente, enquanto outros hesitam em se comprometer.
A posição da Igreja Universal do Reino de Deus
A Igreja Universal do Reino de Deus, conhecida por seu papel fundamental na ascensão evangélica na política, optou por um silêncio estratégico em relação ao julgamento de Bolsonaro. Essa postura pragmática sugere uma cautela em tempos incertos. Quando questionados, muitos líderes evangélicos preferem não se manifestar, embora alguns, como o bispo Robson Rodovalho, considerem o julgamento injusto.
“O tempo é o senhor da história”, afirma Rodovalho, destacando a necessidade de paciência enquanto a situação se desenrola.
Efeitos da operação contra Malafaia
A operação da Polícia Federal que resultou na apreensão de pertences de Malafaia gerou um alvoroço maior entre líderes evangélicos do que o julgamento de Bolsonaro em si. A pressão para apoiar publicamente Malafaia tem crescido, com alguns pastores como Cláudio Duarte expressando solidariedade. Duarte afirmou que “Silas é apenas o mensageiro” e que a ação contra ele é um ataque a todos que expressam suas opiniões.
A divisão entre os evangélicos
Enquanto Malafaia continua a ser uma figura controversa, o apoio a Bolsonaro já não é tão mobilizador como antes. Pastores como Yago Martins, que se opõem abertamente ao bolsonarismo, criticam a influência de Malafaia e questionam a ética do pastor. A divisão entre os líderes evangélicos reflete uma fatiga discursiva, onde o fervor do passado não se traduz mais em mobilizações em massa.
O futuro do apoio evangélico
Pesquisas mostram que a base evangélica de Bolsonaro ainda é robusta, mas a disposição para se comprometer ativamente em sua defesa está se reduzindo. Vinicius do Valle, cientista político, observa que muitos pastores estão cautelosos, aguardando os desdobramentos do julgamento para decidir a melhor estratégia. A hesitação entre os líderes religiosos pode indicar uma mudança significativa na dinâmica entre os evangélicos e o ex-presidente, que, embora ainda tenha apoio, já não conta com a mesma mobilização que antes.
A situação atual revela um cenário complexo para o apoio evangélico a Bolsonaro, com muitas incertezas sobre o futuro político do ex-presidente e o papel que os líderes religiosos desempenharão nesse contexto.