Batalha da Aldeia no The Town: atrações do Palco Quebrada

Festival destaca a cultura das periferias e promove competições de rima.

O Palco Quebrada do festival The Town destaca a cultura das periferias através da Batalha da Aldeia.

Batalha da Aldeia no The Town

Neste sábado, 6 de setembro, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, será palco da segunda edição do festival The Town. O evento, que reflete a pluralidade musical da cidade, traz o Palco Quebrada, um espaço dedicado a artistas que expressam a cultura das periferias, homenageando ícones como Mano Brown e Criolo.

O Palco Quebrada se destaca por promover a Batalha da Aldeia – SUPERLIGA THE TOWN, a maior competição de rimas do país. Com 32 MCs de diferentes regiões, o torneio terá formato eliminatório nos quatro primeiros dias, culminando na final no último dia do festival.

Zé Ricardo, vice-presidente artístico da Rock World, explica que a competição será composta por oito MCs por dia, selecionados pelos criadores do evento. “Vamos ver batalhas de campeões”, afirma. O perfil oficial das batalhas já acumula mais de 10 milhões de visualizações nas redes sociais.

A importância da representatividade

Zé Ricardo destaca que a Batalha da Aldeia traz uma proposta democrática, permitindo que o público escolha os vencedores. “É uma nova provocação, que busca trazer uma linguagem diferenciada para o festival e se reinventar sempre.”

O Palco Quebrada contará com uma cenografia especial, inspirada nas periferias de São Paulo, e será grafitado ao longo do festival, incorporando novos elementos visuais a cada dia. Com o cantor Belo como embaixador, o palco receberá artistas como MC Hariel, Black Pantera, Kayblack e Criolo.

Zé Ricardo enfatiza que o palco tem como função ampliar a compreensão da sociedade sobre as favelas. Ele ressalta que a visão comum é muitas vezes limitada aos problemas enfrentados por essas comunidades. “Talvez, como resultado dessas dificuldades, surjam coisas espetaculares e únicas. Muitos dos principais artistas da música brasileira vieram dessas áreas”, afirma.

Entre os MCs confirmados estão Apollo, Brennuz, Yoga, Levinsk, Sofia, Guri, Noventa e Tonhão, que competirão pelas vagas na final. No dia 7 de setembro, dedicado ao rock e punk rock, os competidores serão Prado, Big Mike, Julietz, Tubarão, Ajota, MT, Kaemy e a carioca Devilzinha. A penúltima disputa, em 12 de setembro, reúne Gomes, Naia, Monarka, Tavin, Kroy, Kant, Winnit e Thiago, enquanto o último dia contará com Magrão, Neo, Japa, Vitu, Maria, Menor, Xamuel e Sagat.

Conexão e identificação

Zé Ricardo compartilha sua visão sobre a importância do Palco Quebrada: “O que temos aqui é para ser escutado, pesquisado e vivenciado. Não se trata apenas de comprar ingressos, mas de representatividade. Assim como eu me sentia representado ao ver Ayrton Senna vencendo em Mônaco, queremos que as pessoas se sintam representadas por esses artistas.”

Ele relembra sua experiência pessoal ao juntar dinheiro para comprar ingressos para o Rock in Rio. “Eu sei quanto custa um ingresso, pois meu pai era porteiro e minha mãe trabalhava em casa. Juntei quatro meses de salário para comprar meu ingresso. Isso transformou minha vida.”

O Palco Quebrada, portanto, é mais do que um espaço de apresentações; é um convite à reflexão sobre a cultura, a arte e a representatividade nas favelas. Com uma programação rica e diversificada, o festival promete ser um marco na valorização da música e da cultura urbana brasileira.

EM ALTA

MAIS NOTÍCIAS!