Nova máquina promete avançar na inteligência artificial e previsões climáticas
Supercomputador Jupiter será utilizado para inteligência artificial e previsões climáticas.
A Europa deu um passo importante no campo da tecnologia com a inauguração do Jupiter, o supercomputador mais potente do continente, localizado no Centro de Supercomputação de Jülich, na Alemanha. Este novo sistema, inaugurado na sexta-feira (5), representa um avanço significativo na capacidade de processamento de dados, prometendo reduzir o atraso europeu em inteligência artificial (IA) e aprimorar as previsões climáticas.
Supercomputador Jupiter: funções e capacidades
O Jupiter é o primeiro supercomputador europeu de exaescala, o que significa que ele é capaz de realizar pelo menos um exaflop, ou seja, 10^18 operações por segundo. Essa capacidade é comparável ao poder de um milhão de smartphones operando simultaneamente. O projeto, que custou cerca de 500 milhões de euros, contou com financiamento da União Europeia e do governo alemão.
O supercomputador estará disponível para pesquisadores de diversas áreas e também para empresas que desenvolvem modelos de IA. Thomas Lippert, diretor do centro de Jülich, destacou que o Jupiter é uma ferramenta essencial para que a Europa se torne competitiva na tecnologia de inteligência artificial, especialmente em um cenário em que EUA e China dominam o setor.
Impactos na pesquisa e na indústria
O Jupiter será utilizado não apenas para o desenvolvimento de modelos de IA, mas também para melhorar previsões climáticas. Atualmente, os modelos existentes conseguem simular mudanças climáticas para um período de até dez anos, mas com o novo supercomputador, essa previsão pode se estender para até 30 anos, e em alguns casos, até um século.
José María Cela, pesquisador do Centro Nacional de Supercomputação de Barcelona, afirmou que a inauguração do Jupiter é um marco significativo para a Europa no treinamento de modelos de IA. O supercomputador opera com 24 mil chips da Nvidia, que são amplamente utilizados na indústria de inteligência artificial.
“O Jupiter é um projeto pioneiro e histórico”, segundo o chanceler alemão, Friedrich Merz.
Os cientistas também pretendem utilizar o Jupiter para simulações mais realistas de processos do cérebro, o que pode auxiliar no desenvolvimento de tratamentos para doenças como o Alzheimer. Além disso, o supercomputador poderá simular o fluxo de ar em turbinas eólicas, contribuindo para a transição energética da Europa.
Desafios e consumo de energia
Um dos desafios do Jupiter será seu consumo de energia, que pode chegar a 11 megawatts, equivalente à energia utilizada por milhares de residências. Para mitigar esse consumo, o projeto incorpora hardware eficiente e um sistema de resfriamento por água, além de aproveitar o calor residual para aquecer edifícios adjacentes.
Atualmente, existem apenas três supercomputadores de exaescala no mundo, todos localizados nos Estados Unidos. A China também possui supercomputadores de capacidades similares, embora dados sobre seu desempenho não sejam amplamente divulgados.
O que esperar do Jupiter
A inauguração do Jupiter representa um avanço significativo para a Europa na corrida tecnológica. Com a capacidade de realizar cálculos em larga escala, o supercomputador poderá impactar não apenas a área da inteligência artificial, mas também contribuir para a pesquisa em ciências climáticas e saúde. À medida que o projeto avança, a expectativa é de que a Europa possa recuperar terreno na liderança global em tecnologia de ponta.