Tráfico internacional impulsionou PCC, que está no setor de combustíveis há 20 anos

Facção criminosa utiliza postos de gasolina para lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas

O PCC atua no setor de combustíveis há 20 anos, utilizando postos para lavar dinheiro do tráfico.

Tráfico internacional impulsionou PCC no setor de combustíveis

Os postos de gasolina têm sido utilizados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) como uma fachada para seus lucros advindos do tráfico de drogas e de outras atividades criminosas. A situação foi revelada na Operação Carbono Oculto, que investigou a utilização de empresas de combustíveis registradas em nome de laranjas, além de práticas de venda de combustível adulterado.

Antecedentes da infiltração do PCC no setor

Desde 2006, a facção criminosa PCC vem se expandindo no mercado de combustíveis. Na época, Wilson Roberto Cuba, conhecido como Rabugento, era o líder do esquema, que operava a partir de dentro de um presídio. Ele utilizava o lucro obtido com o tráfico para a aquisição de postos de gasolina, que se tornaram uma das principais fontes de renda da organização. A partir de 2016, com a morte do traficante Jorge Rafaat Toumani, o PCC intensificou sua atuação no tráfico internacional, aumentando significativamente seus lucros.

O que a Operação Carbono Oculto revelou

A recente operação identificou que o dinheiro do tráfico de drogas entra na economia formal através de vários elos da cadeia produtiva dos combustíveis. Autoridades revelaram que usinas sucroalcooleiras no interior de São Paulo foram adquiridas com dinheiro proveniente de atividades ilícitas. Vários proprietários relataram que as aquisições eram feitas sob ameaça, com apoio de escoltas armadas.

“O dinheiro é fruto de ilícito”, afirmou o promotor Yuri Fisberg, destacando que a colaboração entre membros do PCC e não faccionados tem se tornado comum, à medida que a facção se infiltra cada vez mais no mercado formal.

Principais atores da investigação

#### Wilson Roberto Cuba (Rabugento)
Líder do esquema de tráfico e lavagem de dinheiro até hoje preso, ele foi identificado como um dos principais pilares do financiamento das atividades criminosas do PCC.

#### Mohamad Hussein Mourad
Administrador de uma rede de empresas que incluem usinas e distribuidoras, Mourad é considerado uma peça central na operação de lavagem de dinheiro do PCC.

#### Daniel Dias Lopes
Responsável por operações financeiras e de lavagem de dinheiro, Lopes foi condenado por tráfico e está diretamente ligado a atividades ilícitas na área de combustíveis.

Efeitos esperados para o setor de combustíveis

As investigações continuam a apontar para uma rede complexa de lavagem de dinheiro que envolve tanto postos de gasolina quanto usinas. Espera-se que as ações da Justiça aumentem a pressão sobre esses negócios, o que pode levar a uma maior fiscalização e à possibilidade de fechamento de empresas envolvidas.

Além disso, a identificação de novos elos no esquema pode resultar em novas prisões e desmantelamentos de redes criminosas, o que pode impactar a operação do PCC e suas colaborações no setor.

As autoridades estão atentas ao uso de dinheiro em espécie nas transações, um sinal claro de lavagem de dinheiro, e prometem intensificar as investigações.

O que se observa agora é um movimento crescente para desmantelar a estrutura financeira do PCC, mas a resistência da facção e sua capacidade de se adaptar às ações repressivas são fatores que devem ser considerados. As operações policiais e o compromisso das autoridades em combater o tráfico e suas ramificações são fundamentais para reverter esse quadro crítico na segurança pública.

EM ALTA

MAIS NOTÍCIAS!