Renda fixa se torna aposta certeira com a Selic em alta

Investidores podem lucrar com aplicações atreladas aos juros altos.

A alta da taxa Selic impulsiona a rentabilidade da renda fixa no Brasil.

A elevação da taxa Selic no Brasil, atualmente no maior patamar em duas décadas, gera uma série de efeitos para a economia, mas também apresenta uma oportunidade rara para investidores. Com a Selic elevada, a renda fixa se torna mais rentável, permitindo que os investidores lucrem com aplicações atreladas a essa taxa. De acordo com George Sales, professor da escola de negócios Fipecafi, “juros altos são ruins para quem paga, mas ótimos para quem recebe”, destacando que este é um momento histórico para investir. A expectativa é que essa fase de alta esteja se aproximando do fim, com sinalizações do Banco Central apontando para uma possível redução da taxa no futuro próximo.

Contexto da taxa Selic e suas implicações

As projeções para a inflação nos próximos anos também são otimistas. Analistas consultados no Boletim Focus indicam que a expectativa para a inflação de 2025 caiu para 4,85%, e para 2026, a projeção recuou para 4,31%. Com a inflação desacelerando e a atividade econômica demonstrando sinais de arrefecimento, a grande questão que se coloca é quando o Banco Central iniciará a redução da Selic. Desde julho, quando a taxa foi mantida em 15% após um longo ciclo de alta, essa expectativa ganhou força. Projeções indicam que a Selic pode cair para cerca de 12,5% até o final de 2026.

O que os especialistas recomendam para investidores

Diante desse cenário, especialistas sugerem cautela, mas com foco na renda fixa. Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, reforça a importância de diversificação na carteira de investimentos. “Qualquer outro investimento precisa render mais de 15% para ser considerado vantajoso”, afirma. Simulações indicam que, com os juros atuais, o dinheiro pode valorizar em mais de 80% em cinco anos, descontando impostos. Essa perspectiva tem levado investidores a buscar títulos prefixados, que oferecem a possibilidade de garantir uma taxa de retorno elevada até o vencimento do contrato.

“O investidor precisa ter um pouco de tudo na carteira.”

Riscos associados aos investimentos prefixados

Entretanto, os especialistas alertam para os riscos relacionados a esses investimentos. Marcelo Guterman, da gestora Western, ressalta que, se os juros não caírem conforme o esperado, a vantagem dos títulos prefixados pode desaparecer, resultando em perdas para quem precisar resgatar antes do prazo. Fatores como a instabilidade política e econômica do Brasil, o histórico inflacionário e as pressões do dólar devem ser considerados na hora de investir. Por isso, é recomendado que os prefixados sejam adquiridos em pequenas quantidades e com prazos curtos.

Oportunidades para planos de longo prazo

A alta da taxa Selic também cria uma janela de oportunidades para investimentos de longo prazo, como aposentadoria ou educação dos filhos. Os títulos públicos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, têm se destacado, garantindo um retorno real de 7% ao ano. Segundo Antônio Sanches, analista da corretora Rico, esse tipo de investimento oferece proteção contra a inflação e ainda assegura ganhos em níveis históricos.

A Selic elevada representa, portanto, um desafio, mas também uma oportunidade para os investidores que buscam maximizar seus rendimentos em um cenário econômico desafiador. Com as expectativas de queda da Selic no futuro, os investidores devem se manter atentos às opções disponíveis na renda fixa, aproveitando o momento para garantir aplicações vantajosas.

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