Advogado da deputada pede análise forense durante depoimento do hacker.
A defesa de Carla Zambelli pede a presença de um técnico forense durante o depoimento de Walter Delgatti no processo de cassação da deputada.
A defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP) está em busca de um suporte técnico durante o depoimento de Walter Delgatti, marcado para o dia 10 de setembro. O advogado da parlamentar, Fabio Pagnozzi, pediu ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Paulo Azi (União), que um técnico forense em análise de credibilidade esteja presente na audiência, que ocorrerá por videoconferência devido à prisão de Delgatti.
Zambelli e Delgatti foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O depoimento de Delgatti, que será realizado às 10h, é crucial, pois ele atuará como testemunha no caso que visa a cassação do mandato da deputada, que atualmente se encontra detida na Itália.
Necessidade de um especialista forense
A defesa argumenta que a presença de um técnico é essencial, já que Delgatti teria mentido em depoimentos anteriores, levantando assim a possibilidade de que ele possa novamente fornecer informações falsas. O parecer técnico emitido após a oitiva é visto como fundamental para a credibilidade do depoimento. Além de Delgatti, outro depoimento agendado para o mesmo dia é o de Michel Spiero, assistente técnico da defesa de Zambelli, que ocorrerá às 14h.
Zambelli também convocou como testemunhas de defesa o perito judicial Eduardo Tagliaferro e o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Tagliaferro, que trabalhou com o ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, fez acusações de adulteração de documentos por parte do ministro. Já Eustáquio é suspeito de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado e, assim como Tagliaferro, está fora do Brasil com pedidos de extradição em curso.
Implicações legais e políticas
A situação de Zambelli é complexa, já que ela não só enfrenta o processo de cassação, mas também foi condenada a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, por crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, além da perda do seu mandato. Sua fuga para a Itália complicou ainda mais sua situação legal, uma vez que ela é alvo de um processo de extradição no país europeu.
A presença de Delgatti na oitiva traz à tona questões sobre a credibilidade das declarações que ele fornecerá e sobre como isso pode impactar o futuro da deputada. A expectativa é que a defesa utilize a oitiva para reforçar a tese de que Zambelli é vítima de uma perseguição política, algo que será analisado à luz dos depoimentos e das evidências apresentadas.
As próximas semanas serão cruciais para ambos os lados deste caso, com a possibilidade de novos desenvolvimentos à medida que as audiências se desenrolam. O acompanhamento atento da situação por parte de especialistas e do público é essencial, uma vez que as implicações legais e políticas são profundas e podem afetar o cenário político brasileiro.