Demissões em massa e férias coletivas: tarifaço afeta mais de 3,1 mil trabalhadores de indústrias do Paraná

Aumento de tarifas dos EUA resulta em cortes e suspensão de contratos no setor madeireiro paranaense.

Mais de 3,1 mil trabalhadores de indústrias paranaenses são afetados por demissões e férias coletivas devido ao tarifaço dos EUA.

Tarifaço afeta indústrias paranaenses

A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, tem gerado sérias consequências para o setor industrial do Paraná. Em um cenário alarmante, mais de 3,1 mil trabalhadores de indústrias locais, especialmente no segmento madeireiro, foram diretamente afetados. Desde julho, quando o tarifaço foi comunicado, diversas empresas adotaram medidas drásticas, como demissões em massa, suspensão de contratos e férias coletivas.

Impactos nas pequenas cidades

As pequenas cidades paranaenses enfrentam um cenário econômico preocupante. Em Jaguariaíva, por exemplo, a prefeitura revelou que a empresa que anunciou demissões em massa é responsável por 25% dos empregos formais na região. Isso significa que a demissão de funcionários pode levar a uma queda de 20% na arrecadação municipal, afetando diretamente o orçamento local. Para contornar a situação, a administração municipal já iniciou cortes em despesas, incluindo a destinação de recursos para a festa de aniversário da cidade.

Medidas das indústrias

A implementação do tarifaço, que entrou em vigor no dia 6 de agosto, fez com que várias empresas da região tomassem precauções desde julho. A indústria Sudati, por exemplo, anunciou a demissão de 100 funcionários de suas fábricas em Ventania e Telêmaco Borba. A empresa afirmou que o processo de demissão ocorreria ao longo de 60 dias. A Millpar, por sua vez, fechou sua planta em Quedas do Iguaçu e realizou demissões em massa em Guarapuava.

A fábrica Randa, localizada em Bituruna, optou por conceder férias coletivas a todos os seus 800 funcionários, justificando que 55% de sua produção era destinada aos EUA, e todos os pedidos realizados foram cancelados devido ao tarifaço. A BrasPine, outra indústria afetada, demitiu cerca de 400 colaboradores e colocou 1,1 mil em regime de layoff, uma medida que permite a suspensão temporária de contratos.

“O tarifaço é uma medida que gera preocupação entre os trabalhadores e as indústrias.”

Respostas do governo

Diante da situação crítica, o Governo Federal anunciou um pacote de medidas para apoiar as empresas afetadas, incluindo a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões. O governo do Paraná também está implementando medidas econômicas para ajudar as empresas locais. Essas iniciativas buscam mitigar os efeitos do tarifaço, que já afetou substancialmente o setor madeireiro.

Perspectivas futuras

O setor madeireiro paranaense, que já é um dos principais exportadores para os Estados Unidos, enfrenta um futuro incerto. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) destaca que, em 2024, o estado exportou aproximadamente US$ 1,58 bilhão para os EUA, com a maior parte proveniente do setor madeireiro. Os impactos do tarifaço podem resultar em uma perda significativa de empregos e comprometer a sustentabilidade econômica de muitas indústrias.

Nos próximos meses, será crucial monitorar as ações do governo e as respostas do setor privado. O cenário exigirá adaptação e resiliência, tanto das indústrias quanto dos trabalhadores, para enfrentar os desafios impostos pelo tarifaço dos EUA.

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