A coligação de Cristina Kirchner lidera em votos na Assembleia Legislativa da Província.
Com 89% das urnas apuradas, coligação de Cristina Kirchner tinha 47% dos votos, contra 34% da de Javier Milei.
Peronismo em Buenos Aires
Com 89% das urnas apuradas, a coligação Fuerza Patria, liderada pela ex-presidente Cristina Kirchner, foi a mais votada nas eleições legislativas da Província de Buenos Aires. A coligação obteve 47% dos votos, superando a de Javier Milei, La Libertad Avanza, que alcançou 34%. Esse resultado reflete as tensões políticas atuais, especialmente em relação às suspeitas de corrupção envolvendo Milei e sua irmã, Karina.
Contexto da eleição em Buenos Aires
A região de Buenos Aires é um termômetro político da Argentina, pois concentra quase 40% da população do país. Historicamente, os resultados eleitorais nessa área podem indicar tendências que se manifestam no panorama nacional. As eleições legislativas nacionais, que ocorrerão no final de outubro, são significativas, pois envolverão a escolha de parte dos deputados e senadores do Congresso argentino, o que pode ter um impacto direto nas políticas do governo atual.
Cristina Kirchner, que foi presidente de 2007 a 2015, encontra-se em prisão domiciliar desde junho de 2025, após ser condenada por corrupção. Apesar de sua situação, sua influência na política argentina continua forte, como evidenciado pelo desempenho da sua coligação nas eleições recentes.
O que foi decidido nas eleições
A Fuerza Patria conquistou 21 das 46 cadeiras em disputa na Câmara provincial e 13 das 23 do Senado provincial. Por outro lado, a coligação de Javier Milei, La Libertad Avanza, ficou com 18 cadeiras na Câmara e 8 no Senado. O total de assentos disponíveis na Câmara é de 92 e, no Senado, de 46. Esses resultados são indicativos do clima político e das expectativas para as próximas eleições nacionais.
“As eleições em Buenos Aires podem ser um reflexo das tensões políticas em curso.”
Acusações de corrupção envolvendo Milei
Milei e sua irmã, Karina, enfrentam um escândalo de corrupção que teve início em agosto, quando foram divulgados áudios de Diego Spagnuolo, ex-diretor da Andis (Agência Nacional para Pessoas com Deficiência) e amigo dos irmãos Milei. Nas gravações, Spagnuolo menciona o envolvimento de Karina em um esquema de corrupção relacionado à compra de medicamentos, o que levanta sérias questões sobre a governança da atual administração.
As novas regras de liquidez implementadas por Milei para enfrentar a desvalorização do peso também geraram resistência crescente do setor bancário, que antes apoiava a agenda econômica do governo. As instituições financeiras agora classificam essas medidas como ineficientes e prejudiciais para suas operações, o que pode impactar ainda mais a popularidade de Milei.
Expectativas para as próximas eleições
O quadro político argentino está em constante mudança, e as eleições legislativas de meio de mandato em outubro serão um ponto crucial. Os resultados em Buenos Aires sugerem que a oposição, representada por Kirchner, pode ter um papel forte no Congresso, dificultando a implementação das reformas prometidas por Milei. A relação do presidente com o Congresso já se mostra tensa, com senadores de maioria opositora derrubando um veto de Milei a um projeto que aumenta gastos e proteções para pessoas com deficiência.
O que acompanhar a partir de agora é o desenrolar das eleições nacionais e como a oposição se posicionará frente aos desafios que o governo enfrenta. A dinâmica política pode mudar rapidamente, e os próximos passos de Milei serão observados de perto, especialmente em relação à sua capacidade de implementar suas promessas de reforma em um ambiente político tão conturbado.