A apologia ao nazismo tem se tornado um problema crescente no Brasil. Entre 2020 e 2024, o país registrou um aumento alarmante de 242% nos casos de apologia ao nazismo, conforme os dados da Polícia Federal (PF). O ano de 2023, em particular, bateu recordes, com 82 ocorrências registradas. Esses números refletem uma ameaça crescente e um alerta para a segurança pública.
Crescimento dos casos e estados com maior incidência
De acordo com a Lei nº 7.716, quem divulgar símbolos e emblemas do nazismo está cometendo um crime. Essa legislação visa impedir a propagação de ideologias extremistas no Brasil. Nos últimos anos, o aumento dos casos de apologia ao nazismo tem gerado preocupação. São Paulo lidera com 59 registros, seguido pelo Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Em 2024, apesar da queda para 65 casos, ainda há uma grande quantidade de registros, muito superior aos 19 de 2020.
Desafios para a segurança pública e a atuação dos grupos Neonazistas
O especialista em segurança pública, Berlinque Cantelmo, destaca que o crescimento dessas ocorrências está relacionado à tentativa de vincular ideologias nazistas a movimentos políticos atuais. Ele alerta que os grupos neonazistas, atuando por meio da dark web, tornam o rastreamento e a prevenção mais difíceis. Esses grupos são altamente violentos e usam a internet para disseminar suas ideias, o que dificulta a atuação das forças de segurança pública.
Operação Accelerare: combate aos grupos Neonazistas no Brasil
Um exemplo de como esses grupos se organizam ocorreu em 2023, com a Operação Accelerare. Nessa ação, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prendeu sete homens ligados à organização neonazista Atomwaffen Division. Mais de 100 policiais participaram da operação, que resultou em buscas em vários estados, incluindo São Paulo e o Rio Grande do Sul. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos, armas e materiais de propaganda nazista.
Ataques Neonazistas no Brasil e a necessidade de medidas mais eficazes
O Brasil também vivenciou ataques inspirados no massacre de Columbine, nos Estados Unidos, como o caso de Gabriel Rodrigues Castiglioni. Ele foi o responsável por dois tiroteios em Aracruz (ES), sendo vinculado a grupos neonazistas e utilizando símbolos relacionados ao regime durante os ataques. Isso reflete a gravidade da situação e a necessidade de medidas mais eficazes para combater a apologia ao nazismo.
Conclusão: o combate à apologia ao Nazismo no Brasil
A apologia ao nazismo continua sendo uma ameaça real no Brasil. O aumento dos casos de 2020 a 2024 revela a necessidade urgente de ações mais incisivas para combater essas ideologias extremistas. A segurança pública precisa de mais recursos para lidar com esses grupos e evitar que a propagação do nazismo ganhe força.